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No jardim, Temari estava apreensiva. Além do misterioso e súbito estado psicológico de Gaara, Shikamaru Nara estava por ali, provavelmente esperando o momento certo de abordá-la. O viu então próximo á algumas arvores. Seus olhos se cruzaram e Temari virou a cara, emburrada.
Shikamaru não se aproximaria enquanto ela estivesse perto dos irmãos e muita gente, caso contrário sabia que Temari faria um escândalo quando começassem a discutir. E ele não seria idiota de criticar o psicológico de Gaara bem na frnete do próprio.
Gaara não era um demente psicótico e senil. Mesmo que agora ele estivesse rolando no gramado, rindo alegremente e murmurando coisas como " borboletas verdes e azuis voam ao meu redor", isso não significava que...santo kazekage! Aquelas atitudes de Gaara não faziam qualquer sentido, algumas pessoas já olhavam intrigadas e se isso chegasse ao conhecimento do seu pai...Gaara seria levado para um hospício e ela estaria ferrada.
- Kankurou! Onde diabos você estava? Eu falei para não me deixar sozinha com o Gaara nesse estado!
- ...como ele está?
Temari apenas apontou, desiludida. Kankurou engoliu em seco. É, não tinha jeito, ele precisava contar.
- Temari...eu preciso contar algo muito sério para você. Algo que...tem relação com o estado do Gaara.
A loira o encarou com o rosto franzido.
- Lembra que você falou que deu um comprimido de NARUM para o Gaara assim que chegaram na minha casa?
- Sim. Ele estava nervoso e eu peguei o comprimido do frasco que estava encima da geladeira.
- É, então...acontece que, embora estivesse em um ponte de NARUM, aquilo não era um comprimido de calmante.
- E o que era?
- ............alucinógenos.
Silêncio. A expressão de Temari passou de incredualidade, espanto e raiva em menos de dois segundos.
- ALUCINÓGENOS?! - exclamou Temari e logo tratou de abaixar a voz para que ninguém ouvisse. - Como assim?! Espere, não diga! Acaso você....fabrica alucinógenos?
Kankurou apenas afirmou com a cabeça.
- Ah, não! - Temari sentiu o mundo girar. - Então é para isso que você quis estudar venenos? Para fazer drogas?! Se nosso pai souber que o filho dele é um viciado em alucinógenos...santos kages!
- O papai não pode descobrir senão me deserda! E eu não sou um viciado! Eu só fabrico para vender.
- Piorou! Você é um traficante que induziu o próprio irmão ao vício!
- Eu não droguei o Gaara! Foi você quem deu o comprimido!
- Como eu imaginaria que você ia colocar comprimidos alucinógenos dentro de um pote de calmantes?!
- Você não deveria ter pego os remédios da casa de outra pessoa sem antes perguntar!
- E se você fabrica essas porcarias não deveria deixá-las esplahadas pela casa disfarçadas de calmantes!
Kankurou tentou retrucar, mas não conseguiu. Em vez disso, indagou: - O que faremos agora?
- ...temos de contar ao Gaara.
~*~
Itachi caminhou lentamente pela residência, desviando dos convidados. Aqueles primos Hyuuga, definitivamente, não eram normais. Onde já se viu exigir que ele tirasse fotos durante o enterro do próprio pai? E a forma como Neji pedia que a prima ficasse na foto...certamente por trás daquele pose de intelectual, Neji não passava de um vouyeur pervertido. E Hinata...de inocente e tímida aquela garota só tinha aparência. Não queria nem imaginar o que aqueles dois primos faziam quando iam treinar sozinhos...
Itachi suspirou.A sociedade shinobi cada vez mais o decepcionava. Ainda bem que havia abandonado esse caminho e escolhera a vida artística antes que sua própria imagem denegrisse.
O que mais o aborrecia era o fato de Sasuke não entender o que ele realmente fazia. Também, não entendia por que o irmão o odiava tanto. Não se lembrava de ter dado qualquer razão para isso...
Foi até a cozinha com sua maletinha de essencialidades e tratou de fazer gargarejo com o anti-séptico bucal. O correto era fazer isso no banheiro, mas Rock Lee estivera lá e provavelmente por ter comido algo estragado na rua o melhor era esperar que o local desinfetasse.
Temrinou o gargarejo e tratou de dar um retoque nas olheiras com a ajuda de um espelho. Odiava isso, mas era uma exigência de Madara e uma consequência por ele ser considerado um símbolo sexual pela mídia. Aparência e voz era tudo, Madara dizia, e o obrigava a manter-se bem apessoado em prol da banda Akatsuki.
Não suportava Madara mas ele era o produtor e financiador da banda, e todos tinham de aturá-lo se quisessem manter a carreira. Assim, além de exigir que todos treinassem arduamente, exigia diversas outras coisas. Kisame era proibido de pegar sol para conservar a pele pálida; Deidara era obrigado a passar horas no cabelereiro para ter o cabelo impecável; Hidan precisava abusar de costumes excêntricos para atrair atenção; Konan vivia de dieta e metida em um corset justíssimo; Pein era obrigado a se encher de piercings para ter uma aparência impactante, digna de bateristas; Sasori precisava ser especialista em tocar cinco instrumentos ao mesmo tempo. E Itachi deveria ter aparência e presença no palco, mantendo a voz no timbre certo.
É...ser um astro não era nem um pouco fácil.
Terminou de guardar suas coisas quando ouviu barulhos estranhos vindos do quartinho de despensa mas, antes que pudesse averiguar o que era, foi abordado por...desde quando seu pai tinha algum vínculo com Maito Gai?
- Itachi, que bom encontrá-lo. Eu gostaria muito de falar com você e seu irmão á respeito de seu pai.
- ...então deveria procurar o Sasuke. Eu e meu pai não tínhámos uma boa convivência.
- Eu tentei falar com Sasuke, mas ele não quis me ouvir. E creio que seria melhor dizer á você primeiro e depois repassar á ele.
- É algum problema judicial?
- Não mas...é algo que... - o encarou, sério. - Eu preciso contar.
- ...tudo bem. Vamos ao escritório.
~*~
Em um cantinho qualquer próximo ao jardim, estavam a tal banda contratada, completamente entediada.
- Tocar em um funeral. - divagou Karin. - Nós, realmente, chegamos ao fundo do poço na carreira.
- E eu que pensei que um dia faria parte de uma banda famosa... - resmungou Juugo.
- Estamos nesse estado por culpa da Karin! - reclamou Suigetsu palitando os dentes.
- Como assim por minha culpa?!
- Você ficou toda assanhada pelo Sasuke e aceitou tocar nesse funeral!
- Eu aceitei porque estávmaos precisando de trabalho!
- Tu não me engana, ruivinha assanhada! - acusou Suigetsu. - Você fica toda piriquete perto do Sasuke! Se ele te pedisse um boquete, aposto que faria na hora!
- O..o quê?! Como ousa falar um absurdo desses?! - Karin mexeu nervosamente nos óculos. - Eu não sou esse tipo de garota, tá me entendendo?! Seu broxa frustado!
Quando os dois já estavam prestes a sair nos tapas sob o olhar atento de Juugo, Sasuke surgiu e, parando diante deles, falou, convicto.
- Vamos formar uma banda!
Silêncio. Os três encararam o jovem Uchiha, que continuava.
- Nossa banda chamará Hebi. Faremos um rock alternativo experimental, com letras profundas e marcantes. Juugo será o baterista, Suigetsu fica na guitarra, Karin no teclado e eu serei o baixista e vocalista. Vamos ensaiar arduamente e farmeos vídeos na web pois quando fizermos o show de estréia, já teremos muitos fãs. Investiremos no marketing e seremos polêmicos! Iremos desbancar a banda Akatsuki e o Itachi terá de admitir que eu sou muito melhor do que ele! Farei com que todos admitam que sou melhor!
Os jovens músicos trocaram olhares entre si, mas nada disseram. Afinal, Sasuke estava com um olhar tão determinado e maníaco que o melhor era não contrariar.
~*~
Em outra parte do jardim (sim, era um jardim incrivelmente grande), os irmãos Sabaku, depois de terem uma pequena dificuldade em conseguir fazer Gaara parar de rlar na grama, tratavam de tentar explicar o que realmente estava acontecendo ao caçula quando ele ainda conservava alguma consciência.
- Gaara, venha aqui do meu lado...VENHA! - Temari o puxou pelo braço. - Nós temos que lhe falar algo importante.
- Eu...não tô me sentindo legal... - começou o ruivo... - Por que minhas mãos estão tão grandes?!
- Seguinte, Gaara. Lembra que, quando chegamos á casa do Kankurou eu lhe dei um comprimido de NARUM para que se acalmasse? Pois bem é que...aquilo não era um calmante.
- ...e o que era?
- ....................alucinógenos.
O rosto de Gaara ficou lívido. Antes que ele conseguisse dizer qualquer coisa ou mandasse um Sabaku Kyu nos irmãos, Temari continuou.
- Foi um acidente! Eu não imaginava que haveria alucinógenos dentro de um pote de calmantes! Aliás, eu não imaginava que o Kankurou pudesse estar fabricando alucinógenos dentro de casa!
- ...eu...estou...drogado?! - balbuciou Gaara levando ambas mãos á cabeça. - Que tipo de alucinógeno é esse...?
Silêncio. Kankurou pigarreou.
- Hãn...bom....eu acabei de desenvolver a fórmula e...ainda não conheço todas as suas propriedades...
- ...quanto tempo...quanto tempo...eu ficarei tendo...essas sensações...?
Silêncio. Kankurou olhou de Gaara para Temari e depois para o relógio em seu pulso.
- Tendo consumido um comprimido e levando em conta que as alucinações estão aumentando eu estimo, em média, umas...cinco horas.
Gaara parecia prestes a enfartar enquanto Temari se viu em uma mescla de desespero e indignação.
- Cinco horas...?! - vociferou ela. - Como você pode inventar algo assim?! O que o Gaara vai fazer até os efeitos dessa porcaria passar?
- ...relaxar e curtir a viajem.
Gaara avançou furiosamente contra Kankurou, desejando estrangulá-lo com as próprias mãos e depois enterrá-lo na areia, enquanto Temari tentava segurá-lo. Subitamente, Gaara sentiu o mundo girar, uma ânsia emergir do estômago, obrigando-se a tamapr a boca e sair em disparada ao banheiro.
- Kankurou, quando eu voltar quero que me dê esses malditos alucinógenos!
Mal disse isso, Temari saiu correndo atrás do caçula, deixando Kankurou a praguejar baixinho.
~*~
Discretamente e sem ninguém ver, Sakura e Kakashi saíram do quartinho da despensa carregando algumas travessas com amendoins. Assim, caso alguém os vissem saindo dali, não pensariam nenhuma sacanagem.
- Espero que agora você tenha compreendido algumas coisas, Sakura-chan.
Ela o encarou e, mesmo que não quisesse, foi incapaz de evitar um sorriso de satisfação. Estavam andando no corredor quando subitamente um Gaara desnorteado emergiu da direção oposta emitindo sons guturais e empurrando violentamente qualquer coisa para abrir passagem. Amendoins voaram quando ele se chocou com os dois ninjas que observaram aturdidos, Gaara subir as escadas á procura do banheiro. Logo arás dele vinha Temari que sorriu constrangida, sem perceber que logo atrás vinha um Shikamaru caminhando de boa com as mãos nos bolsos.
- É... - murmurou Kakashi. - Um funeral pode provocar as mais diversas reações nas pessoas...
Silêncio. Kakashi e Sakura encararam-se por alguns segundos e contiveram um risinho malicioso.
- Bem, olha só. Derrubamos todos os amendoins! - reclamou Sakura. - Acho que terei de voltar á despensa para pegar mais.
- Eu ajudo você, Sakura-chan.
Após olharem ao redor, os dois trataram de pegar o caminho de volta.
~*~
Itachi adentrou no escritório que outrora fora de seu pai, cedendo passagem á Maito Gai e fechando a porta atrás de si. Ao observar o tradicional e bem arrumado escritório, Maito Gai sorriu, parecendo ater-se á vários detalhes com um interesse um pouco maior do que o esperado.
- Sente-se, Gai. - pediu Itachi sentando-se numa poltrona e indicando outra. - Então, o que você tem a me dizer?
Maito Gai acomodou-se e pareceu pensar um pouco antes de começar a falar.
- Eu não sei se o seu pai disse á você e seu irmão sobre mim.
- Não. Na realidade sequer imaginei que você e meu pai pudessem ter ao menos conversado alguma vez.
Maito Gai pareceu ter ficado decepcionado com a resposta.
- Entendo...bom, na verdade eu e seu pai conversamos sempre, mas há cerca de alguns meses passamos a ter um vínculo mais próximo.
Itachi não o interrompeu. Sabia que seu pai fora, além de um homem extremamente rígido, uma pessoa discreta e de poucos amigos. Era estranho uma pessoa de hábitos conservadores como ele ter amizade com algúem tão escandaloso feito Gai.
- Me surpreende que Fugaku nunca tenha falado sobre isso aos filhos. Ele sempre me falava muito de vocês, sentia-se orgulhoso apesar das desavenças.
"Fugaku"? Desde quando Maito Gai tinha tal intimidade ao referir-se ao seu pai?
- Alguns meses antes do...falecimento. - Gai limpou as lágrimas que teimavam em cair. - Eu e seu pai tivemos uma missão em que acabamos tornando uma viajem. Até tiramos algumas fotos!
Puxou do bolso do paletó verde um pequeno álbum, o qual Itachi pegou com o cenho franzido. Desde quando seu pai tirava fotos? Pelo que se lembrava, nunca fizera isso com a família e era um milagre conseguir fazê-lo sair nas fotos de festas de aniversário.
Assim, para Itachi Uchiha era um pouco estranho ver seu conservador pai posando para fotos - até sorrindo em algumas - ao lado de Gai. Era como se visse um lado de seu pai que ninguém conhecia.
- Ah, essa foto ficou ótima! - Gai parecia contente em explicar. - Eu e seu pai resolvemos fazer um passeio de balsa e o dia estava excelente! Aqui, nessa outra foto - mostra uma onde estão os dois abraçados em clima de camaradagem. - Seu pai quem segurou a câmera e fotografou. Meu rosto saiu estranho mas seu pai quis que eu colocasse no álbum.
Á medida que Itachi olhava as fotografias, Gai lhe explicava, incluindo na que os dois apareciam fantasiados: Gai de imperador romano e Fugaku de soldado romano.
- Esse dia foi em uma festa á fantasia na Vila do Som. Seu pai como soldado romano...um arraso!
- Seguinte, Gai. - o outro lhe devolveu o álbum. - Estou surpreso que meu pai tivesse tanta amizade contigo sendo que ele nunca mencionou nada. E surpreso também por ele ter feito passeios que nunca fez com a família.
- ...sim. Fugaku dizia que não conseguia agir como ele mesmo diante da família. Mas comigo...ele era uma pessoa muito, bem, especial.
Itachi era inteligente o suficiente para perceber que a forma como os olhos de Gai brilhavam ao falar de Fugaku era um pouco...estranha.
- Afinal, Gai....qual era o grau de amizade entre você e meu pai?
Silêncio supremo. Itachi encarou Gai, que o encarou de volta. Então uma verdade óbvia começou a surgir diante do Uchiha. Com discrição, ele ocultou suas reações e observou certos detalhes no escritório de seu pai, detalhes que nunca reparara de forma crítica antes. Coisas como a estátua de um homem nu em posição duvidosa, uma réplica do Davi de Michelângelo, uma coleção de livros do Oscar Wilde, cds de bandas como Alien Sex Fiend, um single de "Alejandro", dvds do show da Cher, mangá do Gravitation e filmes com uma temática ao estilo de Bronkbeack Montain.
Itachi então tornou a encarar Gai e este apenas balançou afirmativamente a cabeça. O rapaz suspirou profundamente. Que Maito Gai possuía indícios de uma opção duvidosa, todos sabiam. Mas dizer que o conservador e machista Fugaku Uchiha pudesse...
- Não quer mesmo que eu acredite que você e meu pai...droga.
- Sinto ter que revelar isso em uma situação dessas mas sei que não terei outra oportunidade. Eu preciso exigir meus direitos.
- Direitos?!
- Eu fui parceiro de seu pai durante meses. Tenho direito, mesmo que á uma pequena parte da herança deixada por ele. Se não receber, terei de recorrer á justiça.
- ...você não pdoe fazer isso. Não pode dizer tais calúnias infundamentadas sobre o líder do clã Uchiha!
- Não são calúnias. Eu e seu pai fomos parceiros e...
- E o quê? Essas fotos não provam nada!
Maito Gai tirou uma última foto do paletó e depois de olhar ruborizado para ela, entregou á Itachi. O rapaz pegou a fotografia emburrado mas ao ver, empalideceu. Em choque, só conseguiu murmurar.
- ...meu deus.
Virou a fotografia para baixo e fechou os olhos por alguns segundos. A imagem de seu pai e Maito Gai naquela fotografia seria um trauma que certamente o perseguiria para sempre.
2 comentários:
Oi Tsu!
Vou te ser sincera, li apenas uma vez e rápido, mas tentarei voltar e ler com mais calma>
Olha o que percebi, e achei muito original, foi que parece que o texto tem "recortes", como se vc tivesse rasgado uma página de jornal e depois colado aos poucos com cuidado e feito outro texto. Estranho e maravilhoso!
Algo do tipo iconoclasta, que amo! E meio cubista!!!
Parabéns!!!!
Volto! Em blog inteligente, volto!!!
Oi Tsu, com certeza vou ler as outras partes, sençao vai ficar mais "recortado" do que deveria rsrsrs Coloco com calma a leitura em dia do teu blog!
Beijos
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