28 de fev. de 2010

FanFics - Divinos Pecados - capitulo 07


Conheça 

~*~

  Embora Karnak fosse considerada uma das mais famosas cidades turísticas do mundo e pertencesse á Suna, era a primeira vez que visitava um lugar turístico do local. De certa forma até apreciava observar aqueles artefatos antigos pertencentes á eras esquecidas. Histórias fragmentadas, interpretações errôneas, registros confusos, verdades ocultas...

" Quem se esquece da história está fadado á repeti-la."

Não se lembrava do autor de tal frase, mas ela fazia total sentido nesse mundo. Mas os erros do passado eram naturalmente esquecidos pelo tempo, fazendo com que se repetissem.

E ninguém possuía culpa disso. Afinal, como podemos nos culpar pelas coisas que fazemos e as quais não sabemos que estão corretas? Como definir o conceito de certo e errado presente na concepção de cada indivíduo?

" Estou filosofando?"

Sabaku no Gaara se livrou de seus devaneios e continuou caminhando por entre os inúmeros corredores do museu de Karnak. Havia um grande número de turistas, muitos tirando fotos dos artefatos e comentando-os entre si.

Ninguém ali sabia quem ele era, pois Karnak não era território de ninjas e isso acontecia pois todos os países do mundo haviam declarado Karnak como patrimônio mundial da humanidade. Assim, era estritamente proibido haver qualquer sistema política além daquele elegido para coordenar o turismo e preservação da cidade. Assim, na Câmara, Karnak possuía senhores feudais de todos os países, vivendo em um sistema de harmonia e apoio mútuo, trabalhando para um bem maior.

Quem dera o resto do mundo fosse assim.

Comerciantes e turistas era tudo o que havia em Karnak. Havia um boato - mas ele duvidava um pouco de que fosse verdade. -de que, para evitar guerras, Karnak era protegido por uma deusa, tão bela e poderosa que ninguém era capaz de lhe fazer qualquer mal. Era sua força que mantinha Karnak imaculada de disputas territoriais. Talvez fosse essa força misteriosa que fizera as pessoas concordarem em proteger a cidade que, diziam, fora o berço de toda a civilização moderna.

Gaara parou diante de um quadro. Sem dúvida, era o quadro mais belo que já vira. Tão perfeito que quase parecia real. Cada detalhe minuciosamente registrado o fazia ter a certeza de que o paraíso pudesse existir em algum lugar.

Floresta Proibida.
Era esse o lugar para o qual deveria ir. Quem sabe ali poderia encontrar a fé e as respostas que buscava para ser capaz de compreender a si próprio.

Queria acreditar.

~*~
Temari suspirou, sentando-se em um dos bancos para visitantes e colocando seu leque ao lado. Se tinha uma coisa da qual não gostava era esperar. Mas tinha de ficar ali para esperar os shinobis de Konoha, afinal hoje Gaara estava mais bipolar do que de costume e ela mesmo havia sugerido ao irmão que desse uma volta por aí á fim de ver se ele melhorava um pouco.

Ela própria havia escolhido o Museus de Karnak como ponto de encontro, pois ali era um local repleto de turistas, com ambiente agradável. fácil localização e livre de suspeitas. Afinal, Temari sabia que, pelo fato em Karnak ser proibido qualquer atividade ninja, havia se tornado um excelente ponto de espionagem clandestino.

Porém, desde que colocara os pés naquela terra, sentia-se estranha, como se estivesse sendo constantemente vigiada e analisada.
- Eu já imaginava que seria você.

Aquela voz...
Temari levantou-se de supetão e seus olhos se encontraram com os dele e ela não encontrou qualquer palavra para dizer.

Shikamaru sorria. Sorria daquele jeito típico dele que a deixava irritada e...não pôde deixar de retribuir o gesto.

Ambos não sabiam o que dizer e, de certa forma, sabiam que não era preciso. Pois viam, na expressão um do outro, que seus anseios haviam se provado corretos.

Talvez sempre fosse destino, no final das contas.
- Oi Temari! Tudo bom?

A loira piscou e encarou os shinobis restantes. Cumprimentou Ino, Kakashi e Sakura. Sakura. Não conseguia acreditar que aquela garota temperamental e magricela fosse uma bomba prestes a explodir.

- Demoraram, hein? - riu, colocando ambas mãos na cintura. - Tiveram problemas para encontrar o caminho ou foi preguiça "desse cara" que vocês se atrasaram?

- Heh, você nunca esquece isso.

-...e onde está o kazekage?

Sakura e Ino congelaram ante a pergunta de Kakashi. Sim, ELE tinha de estar na missão.

- O Gaara está andando pelo museu. - respondeu a loira. – Temos muito o que conversar e creio que seria bom encontrá-lo logo. Vamos nos dividir em duplas: uma vai para a ala esquerda, outra pela direita e alguém fica aqui caso ele volte. Afinal, se o Gaara voltar e não encontrar ninguém é provável que saia para procurar e ficaremos nos desencontrando.

- Boa idéia. - falou Kakashi. - Vamos divi...

- Venha comigo, Shikamaru!

O jounin não contestou a ordem, apenas comentando com ar de fingimento emburrado.
- Are, are, problemática.

- Já começou a choramingar?

- Eu vou ficar aqui! - anunciou Ino assim que os dois se afastavam e sentando-se no banco. - Estou cansada demais, meus pés estão doendo de tanto andar e não tô á fim de visitar o museu agora. Sakura, vá você com o Kakashi-sensei!

- Quê?!

A ninja de cabelos róseos corou, encarando a amiga, boquiaberta.

" Ino desgraçada! Está fazendo isso de propósito! Você me paga..."


- Bom, então vamos lá, Sakura-chan.

Kakashi já seguia pelo corredor e Sakura tratou de lançar um olhar fuzilador para a amiga antes de segui-lo. Ino porém, simplesmente fez sinal de positivo com a mão, movendo os lábios para dizer:

" Vai com tudo, amiga! Pega com vontade!"


Sakura suspirou. E seu "eu" interior ordenou que ela seguisse as ordens de Ino corretamente.

~*~
Ino recostou-se no banco, esticando as pernas antes de cruzá-las. Já fazia dez minutos que estava ali e se sentia completamente entediada. Pelo que vira do lado de fora, o museu era enorme e provavelmente teriam trabalho para acharem o kazekage. Bom, Sakura e Kakashi já deveriam estar se pegando em algum canto, á menos que Sakura fosse lerda demais para encostar o sensei na parede. Já Shikamaru com a machona...é, pelo visto já deveriam ter esquecido que precisavam procurar alguém e deveriam ter ido aliviar suas tensões sexuais.

Observou os vários tipos de pessoa ue caminhavam pelo museu. Famílias, grupos de amigos, casais...ninguém estava só.

Exceto ela.
Por mais que esbanjasse vitalidade e auto-suficiência para os outros, ela própria sabia muito bem que não passava de uma máscara. Uma máscara para esconder sua solidão. Solidão por quê não tinha ninguém. Solidão porque ninguém a queria como ela realmente era.

"Céus! Como as coisas puderam chegar á esse ponto?"


Tirando Sakura, Shikamaru e Chouji, não tinha mais nenhum amigo. Raramente saía em missões pois suas habilidades nunca eram úteis. E sabia que logo perderia seus amigos, pois cada um iria alçar novos voos em sua vida, deixando-a ali.

"Por que ninguém me quer? Por que afasto as pessoas de mim? Por que ninguém aprecia minha companhia? Por que sou tão fraca? Por que os caras de quem eu gostei me abandonaram? Por que me tornei uma pessoa que todos acham desprezível?"


Lágrimas caíram em seu colo e ela tratou rapidamente de secá-las. Não iria chorar! Se ninguém a queria, ficaria sozinha e daria um jeito de reverter a situação.

Se levantou. Não faria mal algum sair só um pouco dali para retocar a maquiagem no toalete do andar de cima.
Subiu a longa escada apressada e mal tinha chegado ao último degrau, chocou-se contra um corpo e perdeu o equilíbrio. Estremeceu ao ter a consciência de que rolaria pela escada. Mas antes que isso acontecesse, uma camada de areia envolveu suas costas e a mandou para os braços de alguém.

" O quê?"


Surpresa e um pouco trêmula, ela apoiou as mãos no peito daquela pessoa e seus olhos se encontraram. O rosto tão desprovido de emoções que mais parecia uma estátua e olhos verdes que nunca refletiam nada. Bonito.

" Eu estou nos braços do kazekage."


- Hãn...o-obrigada.

Ino percebeu que algumas pessoas os olhavam com interesse e tratou de se recompor, sorrindo constrangida para o ruivo.

- É..oi, Gaara-sama. Que bom que o encontrei, todos estão te procurando.

- ...você é...é...eu a conheço?

- Er....sou Ino Yamanaka, de Konoha. - respondeu ela um pouco ofendida. Ele nem tinha conhecimento de sua existência.- Faço parte do grupo de ninjas que veio á Karnak. Sua irmã já nos encontrou mas ela saiu com eles para procurar você. - colocou a mãos nos lábios. - Desculpe, o senhor é o kazekage, não tenho intimidade alguma para tratá-lo por "você."!

- ...tudo bem.

- É que é meio estranho eu chamar alguém tão jovem de kazekage-sama. - tremeu quando ele a encarou. - Não que o senhor não seja bom o suficiente para esse cargo, é que...

- Já disse que tudo bem.

Ino se calou. Por que ficava tão assustada perto dele?

Porque mesmo depois de tudo, ele ainda era Sabaku no Gaara.
- Onde estão os outros?

- Se dividiram para te procurar. Mas combinamos de nos encontrar ali perto do banco dentro de meia hora. Podemos ficar ali até eles chegarem.

Gaara apenas assentiu e começou a descer as escadas, seguido pela garota. Ino abraçou a própria cintura, olhando de soslaio ocasionalmente. Embora Gaara não estivesse usando os trajes típicos de kazekage(para não chamar atenção na cidade), não podia negar que, desde que havia obtido o título, se tornara muito imponente. Bom, isso talvez ocorresse pelo fato de que ela o vira duas vezes durante o torneio chunnin anos atrás então era natural que ela só tivesse a imagem do Gaara psicopata em sua mente. E vendo-o agora era como se visse outra pessoa.

Ficaram ali, sentados em um dos muitos bancos para visitantes no mais completo silêncio. Ino procurava algum assunto, mas desistia antes de abrir aboca. Não sabia que tipo de assunto poderia ser do interesse de Gaara, mas ficar naquele silêncio era constrangedor.

"Que assunto ele pode gostar de conversar? Qual a melhor forma de se matar inimigos? A rotina do kazekage é igual ao da hokage? Não, não...como está o dia hoje? Credo, isso é papo de velho! Droga, como vou falar com ele sendo que fique parecendo uma chata?"

- É a primeira vez que vem aqui?

" Gaara puxando assunto? Seria um fato inédito?"


- É sim. Eu sempre quis conhecer Karnak mas nunca tive condições para isso. - sorriu. - Mas essa missão me deu oportunidade e, mesmo não podendo aproveitar só de estar aqui já é um desejo realizado!

- ...Karnak é como você imaginava?

-É até melhor. Espero que antes de ir embora eu consiga visitar o Templo de Asta.

- ...templo de asta?

-É! O templo é considerado um dos maiores patrimônios de Karnak. Foi erguido por civilizações antigas para louvar as deusas Astaroch e Astarte, de acordo com a mitologia local. É um monumento muito bonito, repleto e de energias místicas, pelo que dizem. Ainda hoje, alguns povos da Areia praticam certos rituais para honrar as duas deusas. Na verdade, a cultura tradicional de Suna e Karnak foi criada pelo culto á essas duas entidades. E em Karnak o grande templo não foi destruído com o passar das eras.

- ...você parece saber muito sobre Karnak.

- É que eu sempre gostei dessa cultura não só pela histórias mas pelos costumes. Na verdade, sempre me senti atraída pela cultura de Suna e Karnak. Essa última eu gosto porque foi a responsável pela descoberta da escrita. E a religião das deusas Astaroch e Astarte foi a sustentação do mundo ao longo de muito tempo. E uma história muito bonita, como uma entidade imortal que se sacrifica pelo bem de todos - seu rosto se suavizou. - A fé das pessoas cria muitos males mas também é capaz de criar coisas magníficas, como esse lugar em que estamos.

Ino parou, arrependida. Estava falando demais. Gaara, sempre tão quieto, já deveria estar de saco cheio pois parecia perdido em pensamentos.

-Eu não conheço essas antigas histórias.

" Viu, Ino? Você o irritou!"


- Mas gostaria de conhecer.
Verdes sobre azuis.
~*~

Os dois shinobis caminharam lado á lado em silêncio pelos extensos corredores do museu. Vez ou outra Temari observava o jounin com o canto dos olhos para constatar que ele continuava com aquela típica cara de tédio.

" E pensar que eu contratei um cara para fingir que era você..."


- Tá calado por quê? - perguntou, ríspida.

- Hum? Bom aqui é um museus então é normal que as pessoas fiquem em silêncio dentro dele.

- Que desculpa mais esdrúxula. Se não quiser conversar comigo, então é melhor dizer de uma vez.

- Eu não...ah! Como você é problemática!
Se encararam seriamente por alguns segundos e por fim Temari encostou-se na parede, cruzando os braços.
- ..o que houve?

- Por que aceitou essa missão?

- ...por que você acha que eu aceitei?

-...aceitou mesmo sabendo que poderá ter que matar uma amiga?

- Encontrarei um meio para que isso não aconteça. A situação não é tão trágica quanto você imagina.

- Vocês não fazem idéia do que realmente há nisso tudo e no que há no lugar ao qual estamos indo. - riu, descrente. - ...o problema dos ninjas de Konoha é que eles são muito otimistas.

-Deve ser por isso que os ninjas de Konoha são considerados os melhores do mundo.

Shikamaru sabia que não deveria ter falado aquilo. Temari era patriota ao extremo e não suportaria que ninguém - fosse quem fosse - ousasse menosprezar os shinobis de Suna. Mas ele havia feito isso porque...

...porque adorava vê-la irrritada.

- Como ousa dizer tamanho absurdo? Só porque Konoha é considerada a vila com maior número de shinobis e que muitos chunnins estão se destacando não significa que são melhores!

- ...o Yondaime era de Konoha, o primeiro Hokage era de Konoha...até Itachi era de Konoha. - provocou.

- Pare de falar besteiras, Nara! Essas comparações não fazem qualquer sentido! Não pode usá-las como forma de medir as habilidades shinobi afinal...

Nao terminou a frase. Quando percebeu, Shikamaru estava á poucos centímetros de distância, colocando ambas mãos na parede, praticamente impedindo que ela saísse dali.

- O que...o que diabos está querendo fazer?

Shikamaru riu. Ela estava corada.

- Algo que eu deveria já ter feito á muito tempo, sua problemática.

Comprimiu seus lábios com os dela, forçando-os para que se abrissem e permitissem que sua língua invadisse aquela boca que á tanto tempo desejava provar o gosto.

A primeira reação de Temari foi não se mexer, mas quando uma das mãos dele segurou seu rosto enquanto a outra descia para sua cintura, esqueceu-se de tudo e o retribuiu com a mesma voracidade. Beijou-o como nunca beijara ninguém, mordendo sua língua com força e toda vez que fazia isso ele retribuía da mesma forma.

Quase não podia acreditar que aquilo não era fruto de sua imaginação. Suas mãos envolveram o pescoço do jounin, acariciando sua face com os dedos e segurando seu maxilar para beijá-lo melhor.

Pequenas mordidas nos lábios enquanto as mãos percorriam seus corpos com certa intimidade, se unindo em um abraço. Era exatamente o que precisavam.

- Ei, com licença!

O beijo foi quebrado e ambos fitaram o segurança do museu com olhar de desagrado, mas o homenzinho não se intimidou.

- Aqui é um lugar público, de modo que não é permitido esse tipo de comportamento nas dependências desse local.

- Are, are, tudo bem. - Shjiakamru se afastou da jovem, mas continuou lhe segurando a cintura. - Gomen.
Satisfeito por ter exercido sua autoridade, o homem desapareceu na dobra do corredor e Shikamaru e Temari se fitaram. E então caíram na risada acerca da intromissão. Mas logo voltaram a se encarar daquela forma que sempre acontecia.

- Vamos continuar procurando o Gaara.

Temari se desvencilhou das mãos dele e ele tratou de não contestá-la. Um sorriso de satisfação escapou de seus lábios ao perceber que ela havia gostado pois nem lembrara de continuar a discussão.

Pelo visto essa missão em Karnak não lhe seria nem um pouco problemática.
~*~

 
 
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Um comentário:

Anônimo disse...

Rá...shikamaru depois de uns beijos até esqueceu dos problemas!kkkk!
bjs e paz!

http://guerradosmundosleka.blogspot.com/

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