12 de out. de 2010

Tropa de Elite


Missão dada é missão cumprida.


Quando Tropa de Elite chegou ao conhecimento público em 2007, ninguém imaginava que, não apenas alcançaria estrondoso sucesso, mas que se consagraria no imaginário público á ponto de se tornar um ícone referencial.
A obra dirigida por José Padilha com o roteiro de José Padilha, Rodrigo Pimentel e Bráulio Monotvani e baseado no livro Elite da Tropa foi muito aclamado (e extremamente criticado) pela mídia e sociedade ao retratar, de forma cruel, violenta e realista(além de insinuações ao humor negro) o cotidiano da força militar mais poderosa do Rio de Janeiro.

Bandido bom é bandido morto.
Esse pode ser definido como um dos lemas do BOPE (Batalha de Operações da Policia Especiais), uma verdadeira Tropa de Elite contra o crime organizado. Devidamente treinada, o BOPE não entra em ação para negociar com o crime; sua função é acabar com ele. E isso ele faz e bem feito.

O BOPE, como todos já devem saber,é uma organização real que já era muito conhecida pela polícia de todo o país tendo até renome internacional ( o BOPE figura como uma das forças policiais mais poderosas do mundo, juntamente com a SWAT e a Scotland Yard). Mas, foi com o lançamento do filme Tropa de Elite que o pelotão ganhou conhecimento e reconhecimento da população brasileira em geral.

O símbolo do esquadrão ( o Faka na Kavera) que antes impunha respeito e terror, se tornou uma marca na mente de toda uma geração.
 Junto com a "marca" BOPE, está a figura ilustre do Capitão Nascimento. Simplesmente imbatível, "fodástico" é a melhor definição para ele. Sua atitude agressiva, parruda, incorruptível, as frases célebres, a narração envolvente e sua dedicação é o que o tornam brilhante.

Claro que o capitão Nascimento não seria nada se não fosse o talento de Wagner Moura. O ator baiano deu vida e personalidade ao personagem e, sem dúvida foi o melhor papel de sua carreira. Se compararmos, hipoteticamente, o personagem Capitão Nascimento foi para Vagner Moura o mesmo que Exterminador do Futuro foi para Arnold Schazneguer: uma marca memorável.

 Eu poderia usar este artigo para fazer um resumo do filmr mas não o farei. Todo mundo que leristo certamente viu o filme e irá ver a continuação lançada este ano(se já não viu), então não vejo a necessidade de me estender em uma sinopse. Em vez disso farei apenas um mini resumo comparativo entre os dois filmes e depois uma pequena análise pessoal da obra como um todo.

Tropa de Elite - o primeiro filme foca em mostrar( no ano de 1997) o que é o BOPE, seus critérios de admissão, o treinamento e o combate aos perigosos traficantes de uma favela no RJ quando o papa faria uma visita ao país.
Tropa de Elite 2 - tem um foco extremamente político, mostrando a corrupção de policiais e o jogo de interesses escusos daqueles que exercem o poder em benefício próprio.

Ambos filmes possuem grandes diferenças entre si mas para nosso alívio mantem a mesma atmosfera realista. Do primeiro ao segundo filme, Capitão Nascimento está mais "leve" e a violência do BOPE foi abrandada na segunda parte. Enquanto o primeiro filme dedica-se a mostrar o combate nas favelas, o segundo foca no jogode poder de políticos e milícias de PMs.




Tropa de Elite foi uma das maiores e mais surpreendentes bilheterias do cinema nacional, mesmo tendo sido alvo da pirataria (caso que repecurtiu no país inteiro: cópias do filme estavam á venda nos camelôs muito antes do filme ser mencionado). Assim como o premiado Cidade de Deus, o filme superou expectativas, ganhou destaque interncaional e sónão concorreu ao Oscar por ter sido considerado "violento demais".

Porém, diferente de Cidade de Deus que foca no cotidiano das grandes favelas e na romantização do bandido (ou no caso, do traficante), Tropa de Elite retrata o lado daqueles policiais honestos que combatem o tráfico na linha de fogo.

 Antes da chegada de Tropa de Elite, a sociedade brasileira parecia estar cada vez mais inclinada em defender os criminosos e a marginalidade, julgando precipitadamente as atitudes policiais não apenas  pelos erros cometidos mas principalmente pela mídia. Sejam em filmes, livros e programas focados em "direitos humanos", aqueles que atacavam criminosos eram mais acusados e criticados do que os próprios criminosos. E essa opinião defendida por um aglomerado de intelectuais ignorantes metidos a humanistas e universitários maconheiros, parecia ganhar cada vez mais força diante da vergonhosa posição de inúmeros policiais corruptos.

Tropa de Elite, direta e indiretamente ajudou a revisar muitos conceitos. O bandido não é romantizado e o policial é mostrado por todos os ângulos, lembrando que há sim, muitos policiais criminosos mas há também muitos policiais honestos.
Como o agente André Matias(interpretado por André Ramiro) diz no filme: " a polícia arrisca a própria vida para proteger as pessoas - até aquelas que defendem os criminosos - que se pudessem as matariam sem pestanejar."

Independente da violência gratuita e explícita contidas na produção (presentes tanto no árduo treinamento dos soldados do BOPE quanto ás táticas de combate contra os traficantes), o sucesso do filme perante o público foi mais do que passagens célebres. A aceitação positiva eo sucesso da ação do BOPE foi o reflexo de uma sociedade farta da impunidade de criminosos e glorificação do tráfico.

Durante a exibição do filme, grande parte dos espectadores vibra quando o capitão Nascimento e CIA dão aos criminosos(de toda a espécie) o que eles realmente merecem. Vai tudo pro saco.

E agora, quando na tela o BOPE entra em ação, não há receio do público: há vibração. E a narração de Vagner Moura nos faz pensar, ver o lado que precisa ter o direito de ser visto. É fácil proteger o bandido e condenar a polícia porque ela faz parte do governo corrupto de nosso país. Mas o tráfico e a polícia são lados opostos de uma guerra. E todos sabemos que uma guerra sempre possui duas versões.

Tanto o primeiro quanto o segundo filme são realistas e reflexivos. Histórias de ficção que são extremamente parecidas e, em quase todos os casos, totalmente condizentes com a realidade de nosso país.


~*~

2 comentários:

Rubi disse...

Aproveitei que você mencionou o Wagner Moura no meu blog, e resolvi dar uma olhada neste post. Acredita que eu nunca assisti esse filme? Não faz muito meu gênero, maaas convenhamos, o Wagner é um excelente ator. O bom do filme, é essa realidade, que como você disse na última parte, passa como história fictícia, mas nós, mais do que ninguém sabemos que o que acontece é igual, ou quem sabe, pior.

Quanto aos filmes, agora que você disse que já assistiu o Jeca Tatu, assista Tapete Vermelho, é um filme muito divertido, claro que algumas passagens são tristes, mas isso deixa-o ainda melhor! Confissões de Adolescente ... eu sempre assistia antes de ir à escola hahaha. Fazia tudo correndo só pra pegar do começo; uma pena que só passava de sexta feira.

E inclusive, eu tenho um post pronto sobre a série (em breve postarei) quanto a X-Tudo hahaha CLÁSSICO!

Muitas pessoas comentam sobre o nazismo,e na época dos grandes filmes isso era um problemão. Hoje, enquanto publicava mais um texto,decidi de última hora falar sobre um ator ... e, vou ser sincera, nunca havia lido algo tão triste. (entre músicos, atores, atrizes ou diretores) Caso se interesse dê uma olhada no último post (primeiro ator).

Até mais!

Tsu disse...

Oi Rubi!
Caramba, eu pensei em repostar aquele artigo do Tropa e voc~e o encontrou antes rs. BNossa, mesmo o filme sendo atual eu recomendo que veja. Sei que se tornou super pop e coisa e tal mas é realmente um filme bacana especialmente nas piadas de humor negro (bom, eu considero humor negro).
Uma coisa que gostei muito no Tropa foi que pela primeira vez (depois de Cidade de Deus e variantes0 fizeram um filme em que não romantiza o criminoso. Depois do filme e com a repercurssão grande parcela do público ficou do lado da polícia. Lembro que quando fui no cinema ver o 2 as pessoas da platéia vibravam quando os bandidos eram pegos.
Poxa fico no aguardo do post sobre Confissões de Adolescente..fex o passado de muita gente...os clássicos da cultura são incomparáveis..eu fiz um artigo sobre Animais do Bosque dos Vinténs que era minha paixão.

Agora sobre esse seu post..tem razão, gostei muito de saber sobre a vida desses atores, judeus que se registraram no cinema alemão durante o período nazista...bom, pelo menos todos conm excessã odo primeiro conseguiram viver para presenciar a queda do império hitlerista.

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