5 de abr. de 2011

FanFic Naruto - DIVINOS PECADOS - capítulo 21




Divinos Pecados

~*~



“ Além do deserto infindável.”

Ela precisou semicerrar os olhos para se acostumar com a intensa claridade do crepúsculo. O calor insuportável logo diminuiria e, por mais cansada e dolorida que estivesse, não conseguia deter a ansiedade que a dominava.

Sakura Haruno não sabia o que lhe aguardava. E a certeza de não saber nada só lhe provocava a necessidade de preocupar a mente com qualquer outro pensamento. Porém, ao longo de todo o dia não obtivera muito êxito nisso, pois o silêncio e a monotonia havia sido uma constante entre todos.

“ Talvez, assim como eu, eles também estejam preocupados com o que nos espera na Floresta Proibida.
Mas sou eu quem realmente tenho ligação com a pessoa que reside naquele lugar. Eu era...não, eu ainda sou essa missão, a razão de estarem aqui é por minha causa. Todo o peso de possuir uma entidade maldita dentro da alma é minha, eles não deveriam agir como se também carregassem algum fardo ou temessem que algo os aguarde naquele lugar. Só eu que realmente tenho razões para tal preocupação. Estão preocupados comigo? Ora essa, eu tenho mais preocupações do que todos vocês juntos!”

“ Deuses, o que está havendo comigo? Como fui pensar em coisas tão egoístas como essas? Nem parece eu, nunca pensei desse jeito! Todos aqui tem seus problemas e razões pessoais para irem á Floresta Proibida. E a razão de suas preocupações por mim é sinal de consideração! Estou me envergonhando destes pensamentos odiosos, eles nem parecem pertencer á mim. Aquela voz me disse que eu estava livre da influência de Astarte, mas esses pensamentos me pareceram seus comentários maldosos...droga! Por que eu não consigo ficar em paz mesmo com minha mente?”

- Aconteceu algo, meu bem?

- ...n-não, estou bem. Só cansada da viajem e esse calor deve ter abaixado minha pressão, me deixando com uma leve dor de cabeça. Não se preocupe.

Aquilo pareceu satisfazer Kakashi e ela não procurou fazer mais perguntas. Sakura recostou-se em seu peito, fechando os olhos. Desde que haviam se declarado abertamente, Kakashi, sempre quando ficavam á sós, a tratava não por Sakura, mas sim como “meu bem”. Não admitia, mas gostava daquilo e cada vez que ouvia sentia-se segura.

“ Quem diria que um dia algo poderia acontecer entre eu e o Kakashi? Mesmo agora eu quase não consigo acreditar. Pena que estou com um problema tão caótico dentro de mim que não permite que meus pensamentos foquem-se unicamente em meus sentimentos amorosos.”

Sakura suspirou baixinho. Estava com medo, essa era a verdade e o único conforto que tinha em meio á toda aquela bizarra situação era a de que não estaria sozinha.

- Chegamos.

A voz de Gaara fez com que todos parassem seus dromedários e Ino agradeceu mentalmente. Estava pagando todos os seus pecados naquela viajem sob um sol escaldante em cima de animais fedorentos cujo balanço do trote a enjoavam.

- Chegamos? – ousou perguntar com um toque de ironia. – Este lugar é igual ao que estamos andando o dia inteiro: um amontoado de areia sem fim!

Gaara pareceu não saber como responder ao comentário da loira. Desde que Ino o vira conversando com o conde de Karnak, a garota sequer tornara a lhe falar e evitava até mesmo de olhá-lo nos olhos. Como Ino poderia fazer isso se os dois haviam se entregado um ao outro na noite anterior? Noite anterior? Parecia que havia se passado tanto tempo...mesmo assim, acreditou que Ino poderia, quem sabe...

Queria perguntar, queria encontrar uma oportunidade para conversar com Ino á sós e saber se tudo aquilo realmente significava alguma coisa, mas não podia. Como kazekage, sabia que estava ali em missão importante e o cumprimento correto do dever era sempre prioridade.

- Está vendo aquilo ali na frente? – falou Temari apontando em direção ao norte. – É um obelisco erguido á muito tempo atrás e que marca a passagem para a Floresta Proibida.

- Mas, espera um pouco. – cortou Shikamaru. -  De acordo com a lenda, a Floresta Proibida está “além do deserto infindável”. – nesse momento ele olhou para trás. – E não estamos á muitos quilômetros da cidade de Karnak, com uma luneta ainda se é possível ver partes da cidade.

- Você, sendo um dos ninjas mais inteligentes de Konoha não interpretou essas palavras? – comentou Temari com um risinho sarcástico. – ”Além do deserto infindável”, não significa necessariamente longe. “Além” pode significar em algum lugar além de onde estamos.

Shikamaru a encarou com o cenho franzido, mas logo compreendeu. E a resposta que encontrou o deixou mais intrigado e quando abriu a boca para falar sobre a impossibilidade daquilo ser possível, Temari continuou.

- É melhor você abandonar a racionalidade e a certeza da ordem natural das coisas e crer que o poder da magia é tão concreto quanto os jutsus que realiza. Estou falando isso para o seu próprio bem.

Havia medo em sua voz e isso surpreendeu Shikamaru. Pelo visto, o poder espiritual que os ensinamentos daquela Floresta tinham sobre Temari eram mais profundos do que imaginava. E isso não o agradou.

Gaara desceu de seu dromedário e caminhou até onde o obelisco estava. Havia chegado o momento pelo qual tanto se preparara em rituais no templo de Karnak. Ainda não havia se recuperado totalmente da batalha contra Astarte, mas tinha chackra suficiente para abrir a passagem.

O obelisco possuía um metro e meio de altura e era realmente sorte que houvessem encontrado, pois as constantes tempestades de areia do deserto costumavam encobrir tal monumento por meses e talvez anos.

Gaara o estudo com os olhos por alguns segundos, observando os estranhos símbolos grafados por todo objeto. Então, pousou a mão esquerda sob o topo do obelisco e perfurou a palma na ponta afiada. Um arrepio percorreu o corpo do kazekage quando sentiu a dor agradável e o sangue ocre escorreu de um pequeno filete sob o objeto.

O reconhecimento de sangue fora feito e, contendo a vontade de provar o gosto do próprio sangue, Gaara retornou para onde os demais estavam. Temari desceu do seu dromedário, sendo imitada por Shikamaru, que notou o sutil manejo de cabeça de afirmação da loira para o irmão e então ele tornou a virar-se em direção ao obelisco.

Os últimos raios de sol começavam a sumir através das dunas e as primeiras estrelas começavam a aparecer no céu. A temperatura começou a baixar e rapidamente e quando Gaara sentiu o ar frio em seu rosto, respirou profundamente e se concentrou no silêncio.

Temari assistiu apreensiva. Finalmente havia chegado o momento. A passagem para a Floresta Proibida só poderia ser aberta por aqueles que possuíssem um chackra excepcional ou um árduo preparo vocacional para tal. Bom, Gaara possuía ambos requisitos além do sangue da tradicional família Sabaku e ela não tinha qualquer dúvida de que o irmão conseguisse abrir a passagem.

Porém, seu coração batia acelerado por novamente, após tantos anos, estar naquele lugar sagrado onde havia desejado nunca ter saído. E, ao mesmo tempo que ansiava por estar lá, sentia aflição. Afinal, depois de tudo que se tornara, teria coragem de pedir á Santa Deusa aquilo que desejava?

Quando sentiu que conseguira reunir todo seu chackra, Gaara ergueu os braços para o céu e juntou as mãos como se fosse fazer uma prece. E assim abaixou os braços lentamente, usando uma força invisível.

E então, diante de todos, algo começou a surgir. Nas areias do deserto a Floresta Proibida passou a tomar forma quase como se fosse mágica ou a  materialização de um sonho. E aquele paraíso verdejante de gigantescas árvores começaram a dominar as areias e logo lá estava a Floresta Proibida, tão real quanto todas ase outras coisas.

Todos arregalaram os olhos, surpresos demais para fazer qualquer outra coisa. Aquilo não poderia ser real, mas era. A floresta emergia silenciosamente do deserto como um passe de mágica, estendendo-se até onde a vista era capaz de alcançar.

Kakashi sabia que nenhum jutsu era capaz de fazer aquilo e a Floresta ocultava-se no deserto com uma espécie de barreira, certamente não desenvolvida com técnicas shinobis. Aquilo era uma espécie de poder diferente, mais antigo e poderoso.

- ...é um paraíso.

Ino tinha razão e Shikamaru assentiu boquiaberto. Realmente, não poderia usar da racionalidade para explicar aquilo. Notou então que Temari observava a Floresta com um brilho extasiado nos olhos, algo que nunca vira antes. Temari parecia realmente feliz, como se estivesse diante daquilo que realmente lhe importava.

- Gaara-sama!

A exclamação de Ino fez todos saírem do transe gerado por aquela imagem e observassem o kazekage. Logo após revelar a passagem, ele caiu de joelhos na areia e agora tombava sobre a mesma, incapaz de sequer ter forças para se manter de pé. Rapidamente Temari adiantou-se para ampará-lo, seguida por Ino.

- Gaara, fale comigo!

- ...ele está praticamente sem chackra! – balbuciou Ino o verificando com suas habilidades médicas. – É como se todo o chackra dele tenha sido sugado de uma vez!

Aquilo pareceu fazer Temari lembrar-se de algo importante.

- Isso já era de es esperar. – falou. – Dias atrás Gaara foi treinado pelos sacerdotes para invocar a passagem para a Floresta Proibida usando seu próprio chackra. Ele ficou muito cansado no treinamento então é natural que fiquei exausto para abrir a passagem. Poucos são aqueles capazes de fazer isso.

Ino ouviu suas palavras mas ainda mantinha os olhos fixos no kazekage. Só abrir a passagem já esgotara o chackra de uma das pessoas mais poderosas que conhecera...por alguma razão, Ino sentiu um arrepio desconfortável ao saber que teria de entrar naquela Floresta.

- Shikamaru, pode me ajudar a colocar Gaara encima do dromedário? – indagou Temari. – Ele não conseguirá andar agora.

O rapaz assentiu e tão, logo ajeitara Gaara, Ini arriscou perguntar.

- Ele ficará bem?

Temari a encarou e, percebendo que a outra estava realmente preocupada, decidiu ser sincera e tranquilizá-la.

- Quadno ele entrar na Floresta, começará a sentir melhor e recuperar as forças. E o mesmo acontecerá conosco. Vamos, a passagem não ficará visível por muito tempo.

Quando todos já estavam para adentrar na Floresta, a voz de Sakura os deteve.

- Esperem. Antes, eu preciso lhes dizer uma coisa. Eu...eu gostaria de agradecer á vocês por tudo que estão fazendo por mim. Se não fosse por vocês eu...eu sei que já estaria morta á muito tempo.

- Não precisa nos agradecer. – respondeu Temari. – Estamos fazendo isso porque é a nossa missão e nosso dever.

 Sakura baixou os olhos, constrangida.

“ Que prepotência a minha acreditar que eles arriscaram a vida para me salvar. Eles arriscaram-se para deter Astarte...”

Sentiu os braços de Kakashi lhe contornarem a cintura fingindo segurar as rédeas do dromedário.

- Eu estou aqui única e exclusivamente por você, Sakura. – sussurrou.

Sakura sorriu discretamente, inclinando a cabeça sob o peito do shinobi em demonstração de agradecimento enquanto seus olhos verdes fitavam a floresta verdejante. Que lugar era aquele, afinal? O que haveria ali e como isso poderia lhe dar as respostas que buscava? Em um ímpeto, sentiu vontade de ir embora, de voltar para Konoha e continuar sendo uma kunoichi comum. Se retrocedesse agora, toda aquela tragédia poderia ser esquecida, ela continuaria trabalhando como médica, encontrando seus amigos e sonhando com Sasuke.

Não...aquilo ficou para trás. Se voltasse para Konoha, teria Kakashi ao seu lado. Era ele que desejava ter. Se voltasse para Konoha, não imaginava como seria a relação com ele, mas tinha a certeza de que não sofreria por amor á Kakashi. Ele não permitiria que sofresse.

“ Você poderá voltar á Konoha e tudo ficará bem. Deve decidir enquanto ainda está em Karnak. Mas, quando entrar na Floresta Proibida, não poderá mais retroceder.
Eu estou lhe dando a chance de escolher, Sakura Haruno. Seu futuro ou seu destino.”

Aquela voz que ecoava em sua mente lhe era familiar...a mesma voz doce e melodiosa que ouvira em seus sonhos e que a despertara após a batalha contra Astarte.

“ Eu quero te conhecer.”

Foi com essa certeza que Sakura endireitou o corpo, tomou as rédeas do dromedário e guiou todos os seus companheiros para o interior da Floresta Proibida.

~*~

O silêncio e a beleza daquele lugar certamente possuía propriedades mágicas. Os seis shinobis haviam descido de seus animais e caminhavam devagar pela trilha graciosamente iluminada pelos últimos raios de sol do dia.

Pétalas e folhas desprendiam-se constantemente das árvores e flutuavam alguns segundos antes de pousarem no chão úmido. Nenhum deles ousava dizer qualquer coisa pois aquele silêncio era reconfortante.

Gaara sentiu que, á medida em que caminhava naquele lugar, suas energias eram curiosamente repostas. O cansaço sumia á cada passo e seu corpo quase parecia estar purificado. Ino, porém, olhava constantemente ao redor. Havia ali uma diversidade de vegetação anormal. Como filha de floristas renomados, Ino gabava-se de conhecer uma vasta quantidade de plantas mas o que via ali eram flores desconhecidas, algumas até consideradas extintas.

“ Este lugar quase parece estar perdido no tempo...”

Shikamaru aspirou o ar puro, concluindo que era a primeira vez desde o início daquela viajem, que sentia-se relaxado. O cansaço da batalha da noite passada e a caminhada de hoje pareciam nunca ter existido e ele, curiosamente, estava de bom humor. Porém, ele era esperto o bastante para saber que não deveria abaixar a guarda. Aquilo era um território desconhecido e pelo simples fato de ter surgido do meio do deserto como mágica, desafiando todas as leis básicas e óbvias da Geografia, era razão mais do que suficiente para manter a cautela.

Absorto em suas análises, Shikamaru não percebeu que Temari – á sua frente e guiando os demais – sorris discretamente. Sim, sua prece fora atendida e ela finalmente voltara ao lugar em que passara os melhores anos de sua vida. Mal podia esperar para adentrar no templo branco, na Palácio da Senhora, na casa das sacerdotisas...será que conseguiria reconhecer alguém?

“ Eu sou uma guerreira de Suna, não deveria estar relembrando e ansiando pelo passado.”

Essa sua convicção era verdade. Mas, mesmo que Suna fosse seu lar, Temari sentia que agora finalmente chegara em casa. E tudo continuava igual: aquela trilha não haviam mudado desde que partira dali quando criança.

“ Este lugar não me agrada.”

Kakashi gostaria de poder falar aquilo em voz alta mas se conteve. Talvez, essa sensação perturbadora fosse apenas neurose de sua parte. Uma sensação provocada pelo sistema shinobi: não confiar quando o ambiente se mostra confiável. Aquela floresta era tão bela e perfeita que só podia esconder alguma coisa.

Por quanto tempo teriam de caminhar? Não que estivesse cansado, mas já estava mais do que na hora de tudo se esclarecer.

“ Você tem o sangue Dela.”

Discretamente, Kakashi ergueu o hitaiate pois prevenir nunca era demais.

Porém, quando chegaram á uma pequena clareira com uma espécie de fonte no centro, todos pararam. Ali estava um homem idoso. Era pequeno, vestia-se de branco e possuía um rosto amável.

- Oh, estava esperando por vocês.

Assim que o viu, Temari adiantou-se alguns passos e curvou-se em respeito para o homem, que era bem menor do que ela.

- Kalui-sama. É um prazer e uma honra poder reencontrá-lo.

- ...perdoe-me, minha jovem. – o senhor pareceu levemente constrangido. – Mas já não sou jovem e não me recordo de seu rosto.

- ...sou Sabaku no Temari.

Ao ouvir o nome, os olhos castanhos do homem brilharam em um sorriso.

- Menina Temari?! Deuses, você se tornou uma linda mulher! A Senhora ficará radiante ao vê-la!

Aquele comentário pareceu encorajar Temari, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Kalui já estava cumprimentando e se apresentando os demais.

- Muito prazer, eu sou Kalui. Sumo-sacerdote da Floresta Proibida. – falou, apertando a mão de Shikamaru. – O Senhor parece ser um rapaz muito inteligente, certamente gostará de nossa biblioteca!

 Mal terminou de cumprimentá-lo, Kalui curvou-se respeitosamente diante de Gaara.


- Seja bem-vindo, kazekage-sama. Seu poder para abrir a passagem até nós é notável. Peço que o senhor e sua bela esposa sintam-se á vontade aqui. Com todo o respeito senhor, tens uma bela família com essa jovem.

Ino percebeu que o velho se referia á ela e, envergonhada, tratou de explicar que não possuía vínculos com o kazekage mas antes que falasse, Kalui já estava cumprimentando Kakashi.

Por uma fração de segundos, Kakashi notou uma mudança na fisionomia do velho homem quando este segurou a mão para cumprimentá-lo, mas logo ele já sorria de forma amável.

- É um prazer conhece-lo, Hatake Kakashi. Eu ouvi falar muito de você.

- ...como teve conhecimento de mim?

Pela segunda vez, Kakashi percebeu uma sutil mudança na reação do homem mas ele logo tornou a sorrir.

- Bom...o senhor é um ninja famoso. E os moradores da Floresta Proibida, embora vivam em um lugar afastado, possuem conhecimento sobre muitas coisas.

- ...entendo.

Quando Kalui parou diante de Sakura, fez uma mesura e, ao encará-la nos olhos, falou de forma amável e enigmática.

- Seja bem-vinda ao lugar em que reside o seu destino.

- Sim.

~*~

Após apresentar-se, Kalui guiou os visitantes por uma trilha maior e toda pavimentada com pedras. Os animais de carga foram elevados para um estábulo e as bagagens de cada um foram postas no lugar em teriam quartos reservados para cada um.

Á medida que se aproximavam do centro da floresta, mais pessoas surgiam. Não eram muitas mas eram bonitas e possuíam idades variadas. Todos usavam trajes de linho com cores sóbrias e cumprimentavam os recém-chegados discretamente e com simpatia.

Shikamaru olhava disfarçadamente tudo á sua volta mantendo as mãos nos bolsos. Em outras circunstâncias estaria crente de que aquele lugar não era confiável. Entretanto, percebia que Temari caminhava naturalmente, sem ostentar qualquer preocupação ou cautela. Ele conhecia a kunoichi bem o suficiente para saber que Temari não abandonaria sua cautela de shinobi por nada e ao fazer isso agora era uma prova de que aquele lugar não tinha perigo. Mas, mesmo assim...

“ Eu já fui uma sacerdotisa da Floresta Proibida e servi diretamente á Santa Deusa.”

Temari, uma sacerdotisa. Era difícil até de imaginá-la com aqueles trajes finos e esvoaçantes. S ela colocasse uma daquelas roupas com o corpo que tinha agora, tudo ficaria saliente...

“ Mendukouse! Não é hora nem lugar para ficar pensando nisso! Pare de olhar para a bunda dela, homem!”

Ao chegarem em uma espécie de clareira, todos se depararam com um conjunto de belas residências medianas, brancas e muito bonitas, erguidas em estilo romano, quase parecendo uma pequena vila. Mais á frente podiam ver uma construção bem maior, que parecia um templo. Kalui parou e virou-se para os visitantes.

- Acredito que gostariam de descansar, pois sei que estão cansados de tudo que aconteceu. Porém, a Santa Deusa deseja vê-los o mais breve possível. Se importariam de encontra-la antes de descansarem?

- De modo algum. Iremos vê-la.

A convicção na voz de Sakura surpreendeu á todos. Ela, a que mais deveria estar confusa com tudo ostentava uma fisionomia forte e decidida.

- Sakura, tem certeza?

- Sim, Kakashi-sensei. – respondeu o encarando com seus olhos verdes. – Eu preciso entender tudo isso o quanto antes.

- Eu compreendo mas é que...

Não terminou a frase e simplesmente retomou a caminhada junto com os outros. Quando chegaram diante do templo, nenhum deles conseguiu conter uma exclamação de surpresa perante o monumento. Embora fosse muito menor do que o Templo de Karnak, era mais belo e ornamentado com pedras de jade, ametista, ágatha acabamento de ouro.

Ino, Shikamaru e Kakashi trocaram olhares mas nada disseram. Por todas as paredes haviam símbolos grafados em uma escrita simbólica antiga, semelhante as que existia no templo de Karnak e, quando adentraram, a imensidão e beleza pareciam hipnotizar. Curiosamente, não havia qualquer estátua ou artefato, apenas o piso lustrado, paredes lisas, grossas pilastras de sustentação e um testa abobadado. Entre as paredes laterais havia ainda um ou outro vitral e o menor ruído ecoava por toda parte.

Ao final do templo havia um grande altar iluminado pela luz do sol proveniente do teto sutilmente ocultado por um véu de seda.

“ Finalmente conhecerei a Santa Deusa. Fico me perguntando o que ela realmente é e o que quer. Se ela possui alguma ligação com o fato de Sakura manter a alma de Astarte, exigirei saber as razões.”

Kakashi olhou disfarçadamente para Sakura mas ela mantinha o semblante decidido. De onde surgira aquela súbita confiança? O correto era ela estar apreensiva não o contrário.

“ Finalmente tornarei a vê-la, Senhora. Quero lhe perguntar porque deixou que eu fosse embora. Por que não me manteve aqui? E...”

Temari fechou os punhos. Seria certo fazer tal pedido mesmo tendo as mãos machadas de sangue?

“ O que há com ela? Temari está estranha desde que chegamos. Ela foi sacerdotisa no passado e pelo que me disse, se lhe fosse possível, jamais teria saído daqui. Droga, eu não estou gostando das conclusões a que chego acerca disso.”

Shikamaru conteve um suspiro e procurou desviar a atenção para Ino e Gaara. Havia acontecido algo entre aqueles dois e pelo visto não estavam muito bem.

“ Definitivamente eu não deveria estar aqui. Essa missão não me diz respeito e só está me trazendo desilusões. Eu sei que deveria estar me preocupando com Sakura mas não consigo parar de pensar no que minha impulsividade fez...não deveria ter me deixado levar pelo kazekage...”

Ino mordeu o lábio inferior, olhando para Gaara. Era só o que faltava...seu pior medo era acabar se apaixonando de verdade por alguém que fosse justamente ele!

“ Tenho prioridades e deveres nesse lugar. Vim aqui em missão importante e meus pensamentos devem focar nisso mas...por que não páro de pensar nela? O que está havendo comigo?”

Gaara agradecia pela habilidade que tinha de ocultar todas suas emoções em um semblante passivo. Não poderia deixar que trivialidades o tirassem do foco.

“ Eu estou aqui. Vim como me ordenou, tenho consciência do poder de Astarte que trago dentro de mim. Quero respostas e estou preparada para elas.”

Sakura respirou profundamente. Finalmente conheceria aquela que a livraria do tormento.

~*~




6 comentários:

Tayna disse...

ahhhh vc postou *-*//
coontinua.. parabens <3

Tsu disse...

Sim, Tanya eu postei finalmente! Prometo que não irei demorar muito para atualizá-la ^^

Roberta disse...

Eu gostei do pessoal da floresta e das impressões que eles vão tendo, especialmente o Shikamaru em imaginar o passado da Temari. Acho interessante colocá-la como ex-sacerdotisa, uma função extremamente feminina para alguém tão durona quanto a Temari. Mas quem sabe, sabe, e eu e vc sabemos que a Temari é a única MULHER da Naruto. Bwahahaha.

Eu continuo não gostando da Sakura, mas a culpa não é sua. E admito que algumas vezes desejei que ela morresse mesmo, ahahaha. Mas coitada né, vamos ver o que acontece.
E minha parte favorita da história foi o Shikamaru imaginando a Temari de roupinha esvoaçante e olhando a bunda dela. Claro!

No mais, é errado torcer pro Gaara dar uns chacoalhões na Ino? =D

Tsu disse...

Oi Roberta.
Sim desde o inicio da obra eu tinha em mente colocar a Tem,ari feminina quando a situação permite. Concordo você que ela (e a Konan) são as únicas mulheres de atitude em Naruto.

Ah eu nãso chego a odiar a Sakura mas claro que não é ppossível eu fazer com que vc goste dela até porque ela não é uma dass personagens que realmente gosto.
Certamente vc gostará da próxima parte, onde o Shikamaru e a Temari....ahshahsahshas.

Não! Graças á sua idéia, vou fazero Gaara dar uns chacoalçhões nas Ino, pois ela tá realmente precisando!

e espero que vc goste um pouco da Santa Deusa!

Anônimo disse...

Cara tá bom demais...adorei essa mística da floresta proibida.
Também adorei o velho falando de cada um...
Engraçado que mesmo a temari sendo durona, acho que esse negócio de sarcedotisa tem tudo a ver com ela, pois na minha opinião essa mística não transmite apenas a beleza, feminilidade, mas atitude forte e decidida!
bjs e paz!
http://guerradosmundosleka.blogspot.com/

Tsu disse...

Oi Leka
Sim, eu também sobre vi a Temari como um tipo de sacerdotisa..tanto é que na cena dela com o Shikamaru o pensamento dele relacionou com o mito da deusa Artemis o/

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