Demorei para ter acesso á série Noir. Na época de seu lançamento quando havia revistas dedicadas á animes nas bancas, Noir saiu em muitas delas e me encontrei realmente interessada, mas não tinha meios de adquirí-la, mesmo quando procurava em eventos. E fiquei na vontade. Com o tempo esqueci, voltei-me para outras obras e outras coisas. Mas toda vez que relia uma matéria antiga numa revista, minha vontade de assistir voltava. E em 2008 eu tive finalmente essa oportunidade através de um fan sub. E a série foi quase que, inteiramente, o que eu esperava.
A animação não foge muito do padrão dos animes convencionais, mas é perceptível o cuidado em que a produtora teve ao desenhar o cenário. A maior parte da história se passa na França, e a descrição de ruas e prédios são fiéis ao original. As cenas de ação são curtas e o sangue é praticamente inexistente ( o que é estranho, pelo tanto de gente que as personagens matam). O foque da trama é sua história então não espere pancadaria em excesso. As nuances de sentimento nos rostos das personagens também são destaque seja por serem intensos ( como em Mireille) ou completamente desprovido de emoções. ( as cenas em que Kirika mata seus perseguidores - ela mais parece um robô) Aliás as cenas de ação, embora sejam curtas, são maravilhosas. É surpreendente ver como Kirika age. Ressalto a cena em que ela salta em estilo "queda livre" para atingir no ar, de ponta cabeça, seu oponente. Ou a cena em que ela e Chloé lutam lado á lado com dezenas de agentes em uma sincronia perfeita. A rápida cena em que Mireille ataca uns perseguidores, onde a luz dos tiros a iluminam, é muito bonita.
Mas não é só na hora da ação que Noir apresenta ótimas cenas. Quando Kirika e Chloé estão juntas num lago, são como duas sacerdotisas gregas preparando-se para um ritual sagrado.
Mas claro que, como toda obra, Noir não é perfeito. Possui pequenas falhas, que normalmente é um ponto de vista pessoal de cada um. Cenas que eu achei que deveriam ter sido melhores seria o confronto com Altena ( se ela era toda-poderosa tinha que possuir um desfecho mais chocante), bem como uma explicação melhor sobre o Le Grande Retourn. A repetição da mesma cena do trauma de Mireille na infância chega a cansar depois de determinados capítulos. Ao decorrer da história, duas assassinas profissionais são apresentadas como uma espécie de "grande teste" para Mireille. Elas parecem exercer muito poder, mas na hora da luta final, quando você espera um grande desfecho...a derrota delas é completamente sem emoção alguma. Especialmente no caso da Intocável.
A trilha sonora da série inteira é de primeira qualidade. As músicas cantadas são um j-pop eficiente e as canções para as cenas de ação é uma canto gregoriano feminino maravilhoso. E até as músicas mais sutis são tocadas no momento certo, captando perfeitamente o clima da cena que se desenrola.
Recomendo Noir para aqueles que gostam de uma boa história, com ótima trilha sonora e que, especialmente. apreciem algo que fuja do convencional nos animes atuais. Aliás, o enredo de Noir estaria mais para um bom filme de suspense e mistério do que para um anime. É, sem dúvida, uma obra "cult".
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Um comentário:
Parabéns pelo blog Tsuzinha, ele está incrivel. Adorei o texto sobre o Noir, bem completo e interessante. Um super beijo do Jeff, um não, vários beijinhos pra você.
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