5 de abr. de 2011

Papo Furado - Festival de FanFics



Olá novamente, pessoal! Desta vez o papo-furado estará se edicando em falar das atualizações de fanfics do blog (que são de minha autoria).

Para começar, caso você seja um incauto e alienado indivíduo (sim, eu já usei esse termo antes) e não saiba o que são FanFics, recomendo que leia este artigo: DISSECANDO FANFICS.

Eu adquiri o hábito de escrever  FanFics há mais de dez anos, inspirada pelo interesse em "desenhos japoneses" que passavam no extinto programa Band Kids. Dando meus primeiros cliques incertos na web, acabei conhecendo diversos sites e muitos deles continham fanfics - quase que totalmente de animes em alta na época, como Pokémon, Dragon Ball, Sakura Card Captors e etc. Logo que li as primeiras fanfics, fiquei admirada pela capacidade do pessoal que escrevia e logo comecei a não apenas ler, mas escrever também.

A primeira fanfic que escrevi ( mal escrita, juntando elementos óbvios de outras séries, personagens piegas e repleta de clichês) eu tenho até hoje em um caderno velho. Posssuía uma única leitora, que era minha amiga da escola. Reunindo coragem, passei a desenvolver uma fanfic de Pokémon (que na época era fenômeno mundial) e arrisquei pedir se poderia começar a publicá-la em um notável site de Pokémon (a Poke Dungeon). A dona do site era Criska, que se tornou minha melhor amiga de ontem e sempre. Minha fanfic de Pokémon comçeou a ser publicada no site  e os primeiros leitores surgiram.

Enquanto isso no colégio, eu escrevia um a fanfic usando pessoas conhecidas para minhas colegas lerem e esses projetos sumiram com o tempo (mas nos fez rir muito durante as aulas). Friso aqui que desde o início minhas obras possuíam um humor exarcebado chegando á bizarrice. Talvez essa seja am inha tendência...

O tempo foi passando e eu continuei escrevendo fanfics, principalmente da obra Ruroni Kenshin (cujo mangá estava sendo publicado no Brasil na época) e da série X-Men Evolution (quando estreou no SBT e o primeiro/segundo filme estavam no auge).

Ao mesmo tempo que minha escrita evolúia, a idéia de fanficsd estasva alcançando o topo, um número de escritores bons, ruins e regulares surgiam á todo momento e foi criado um grande site, chamado FANFICTION BRASIL (seguido pelo seu populíssimo Fórum de Discussão). Foi através deles que eu obtive maior reconhecimento e conheci pessoas sensacionais que marcaram momentos especiais da minha vida: o pessoal do fórum que continha gente do país inteiro, encontrando-se em um grande evento otaku.

Uma das fanfics que escrevi e que me marcaram até hoje foi a X-Men Stigmatize. A razão dela ser mencionada é que essa fanfic me fez realmente ncontrar o que mais gosto de fazer: escrever. Embora tenha sido uma obra inacabada, com ela muito aprendi. Soube desenvolver enredo sério e complexo, criar personagens carismáticos, pesquisar arduamente, ter o trabalho reconhecido (chegou ao ponto de fazerem fanfics da minha fanfic!) conhecer pessoas valiosas (Geanny, uma amiga que desapareceu) e muitas outras coisas. Fiz até mesmo um site no Geocities para postar a história!

Embora eu não tenha concluído a obra por diversos fatores dos quais nem me lembro, sei que isso me incentivou na idéia que me corrói até hoje: escrever um livro. Com isso em mente, arrisquei muitos projetos originais que njão foram pra frente.

O tempo passou, as coisas mudaram e eu deixei as fanfics em hiato, escrevendo (tentando) algo original e lendo fanfics na web. Foi aí que minha amiga Criska propõs que escrevêssemos uma fanfic original e fenomenal de Pokémon em conjunto. Escrevemos vários capítulos mas como já éramos trabalhadoras assalariadas, o corre-corre cotidiano não permitiu que continuássemos (uma pena porque, sem zoeira, nosso enredo era pokémon para adultos filosóficos).

Eu realmente pensei que não escreveria mais fanfics quando conheci Naruto. Logo viciei e embora tenha relutado, não resisti e comecei a escrever fanfics novamente. DIVINOS PECADOS é, em termos de escrita, meu resultado final após anos como ficwritter. E o reconhecimento que obtenho é o que me alegra e incentiva. Prometo que não demorarei para atualizá-la!

Como qualquer escritor, já sofri plágio de minhas obras, mas eliminei isso com fúria e apoio de leitores. Caso tenham interesse em ler alguma de minhas fanfics acessem:  CANTINHO LITERÁRIO    onde selecionei as que considerei melhores.


Agora, falando em atualizações: demorou mas finalmente a fanfic DIVINOS PECADOS inicia sua segunda e última fase \o/. Mitas emoções, surpresas e romance estão por vir!

LINK DA FANFIC Divinos Pecados

E claro o terceiro capítulo da dramática (hehehe), surpreendente e hilariante fanfics de Naruto: CAOS NO VELÓRIO! \o/

LINK DA FANFIC Caos no Velório

Eu ainda escreverei meu livro. Já o estou escrevendo enquanto novos enredor e cenas formam-se em minha mente. Só espero conseguir um dia cumprir este sonho!

Até o próximo Papo Furado!

FanFic Naruto - DIVINOS PECADOS - capítulo 21




Divinos Pecados

~*~



“ Além do deserto infindável.”

Ela precisou semicerrar os olhos para se acostumar com a intensa claridade do crepúsculo. O calor insuportável logo diminuiria e, por mais cansada e dolorida que estivesse, não conseguia deter a ansiedade que a dominava.

Sakura Haruno não sabia o que lhe aguardava. E a certeza de não saber nada só lhe provocava a necessidade de preocupar a mente com qualquer outro pensamento. Porém, ao longo de todo o dia não obtivera muito êxito nisso, pois o silêncio e a monotonia havia sido uma constante entre todos.

“ Talvez, assim como eu, eles também estejam preocupados com o que nos espera na Floresta Proibida.
Mas sou eu quem realmente tenho ligação com a pessoa que reside naquele lugar. Eu era...não, eu ainda sou essa missão, a razão de estarem aqui é por minha causa. Todo o peso de possuir uma entidade maldita dentro da alma é minha, eles não deveriam agir como se também carregassem algum fardo ou temessem que algo os aguarde naquele lugar. Só eu que realmente tenho razões para tal preocupação. Estão preocupados comigo? Ora essa, eu tenho mais preocupações do que todos vocês juntos!”

“ Deuses, o que está havendo comigo? Como fui pensar em coisas tão egoístas como essas? Nem parece eu, nunca pensei desse jeito! Todos aqui tem seus problemas e razões pessoais para irem á Floresta Proibida. E a razão de suas preocupações por mim é sinal de consideração! Estou me envergonhando destes pensamentos odiosos, eles nem parecem pertencer á mim. Aquela voz me disse que eu estava livre da influência de Astarte, mas esses pensamentos me pareceram seus comentários maldosos...droga! Por que eu não consigo ficar em paz mesmo com minha mente?”

- Aconteceu algo, meu bem?

- ...n-não, estou bem. Só cansada da viajem e esse calor deve ter abaixado minha pressão, me deixando com uma leve dor de cabeça. Não se preocupe.

Aquilo pareceu satisfazer Kakashi e ela não procurou fazer mais perguntas. Sakura recostou-se em seu peito, fechando os olhos. Desde que haviam se declarado abertamente, Kakashi, sempre quando ficavam á sós, a tratava não por Sakura, mas sim como “meu bem”. Não admitia, mas gostava daquilo e cada vez que ouvia sentia-se segura.

“ Quem diria que um dia algo poderia acontecer entre eu e o Kakashi? Mesmo agora eu quase não consigo acreditar. Pena que estou com um problema tão caótico dentro de mim que não permite que meus pensamentos foquem-se unicamente em meus sentimentos amorosos.”

Sakura suspirou baixinho. Estava com medo, essa era a verdade e o único conforto que tinha em meio á toda aquela bizarra situação era a de que não estaria sozinha.

- Chegamos.

A voz de Gaara fez com que todos parassem seus dromedários e Ino agradeceu mentalmente. Estava pagando todos os seus pecados naquela viajem sob um sol escaldante em cima de animais fedorentos cujo balanço do trote a enjoavam.

- Chegamos? – ousou perguntar com um toque de ironia. – Este lugar é igual ao que estamos andando o dia inteiro: um amontoado de areia sem fim!

Gaara pareceu não saber como responder ao comentário da loira. Desde que Ino o vira conversando com o conde de Karnak, a garota sequer tornara a lhe falar e evitava até mesmo de olhá-lo nos olhos. Como Ino poderia fazer isso se os dois haviam se entregado um ao outro na noite anterior? Noite anterior? Parecia que havia se passado tanto tempo...mesmo assim, acreditou que Ino poderia, quem sabe...

Queria perguntar, queria encontrar uma oportunidade para conversar com Ino á sós e saber se tudo aquilo realmente significava alguma coisa, mas não podia. Como kazekage, sabia que estava ali em missão importante e o cumprimento correto do dever era sempre prioridade.

- Está vendo aquilo ali na frente? – falou Temari apontando em direção ao norte. – É um obelisco erguido á muito tempo atrás e que marca a passagem para a Floresta Proibida.

- Mas, espera um pouco. – cortou Shikamaru. -  De acordo com a lenda, a Floresta Proibida está “além do deserto infindável”. – nesse momento ele olhou para trás. – E não estamos á muitos quilômetros da cidade de Karnak, com uma luneta ainda se é possível ver partes da cidade.

- Você, sendo um dos ninjas mais inteligentes de Konoha não interpretou essas palavras? – comentou Temari com um risinho sarcástico. – ”Além do deserto infindável”, não significa necessariamente longe. “Além” pode significar em algum lugar além de onde estamos.

Shikamaru a encarou com o cenho franzido, mas logo compreendeu. E a resposta que encontrou o deixou mais intrigado e quando abriu a boca para falar sobre a impossibilidade daquilo ser possível, Temari continuou.

- É melhor você abandonar a racionalidade e a certeza da ordem natural das coisas e crer que o poder da magia é tão concreto quanto os jutsus que realiza. Estou falando isso para o seu próprio bem.

Havia medo em sua voz e isso surpreendeu Shikamaru. Pelo visto, o poder espiritual que os ensinamentos daquela Floresta tinham sobre Temari eram mais profundos do que imaginava. E isso não o agradou.

Gaara desceu de seu dromedário e caminhou até onde o obelisco estava. Havia chegado o momento pelo qual tanto se preparara em rituais no templo de Karnak. Ainda não havia se recuperado totalmente da batalha contra Astarte, mas tinha chackra suficiente para abrir a passagem.

O obelisco possuía um metro e meio de altura e era realmente sorte que houvessem encontrado, pois as constantes tempestades de areia do deserto costumavam encobrir tal monumento por meses e talvez anos.

Gaara o estudo com os olhos por alguns segundos, observando os estranhos símbolos grafados por todo objeto. Então, pousou a mão esquerda sob o topo do obelisco e perfurou a palma na ponta afiada. Um arrepio percorreu o corpo do kazekage quando sentiu a dor agradável e o sangue ocre escorreu de um pequeno filete sob o objeto.

O reconhecimento de sangue fora feito e, contendo a vontade de provar o gosto do próprio sangue, Gaara retornou para onde os demais estavam. Temari desceu do seu dromedário, sendo imitada por Shikamaru, que notou o sutil manejo de cabeça de afirmação da loira para o irmão e então ele tornou a virar-se em direção ao obelisco.

Os últimos raios de sol começavam a sumir através das dunas e as primeiras estrelas começavam a aparecer no céu. A temperatura começou a baixar e rapidamente e quando Gaara sentiu o ar frio em seu rosto, respirou profundamente e se concentrou no silêncio.

Temari assistiu apreensiva. Finalmente havia chegado o momento. A passagem para a Floresta Proibida só poderia ser aberta por aqueles que possuíssem um chackra excepcional ou um árduo preparo vocacional para tal. Bom, Gaara possuía ambos requisitos além do sangue da tradicional família Sabaku e ela não tinha qualquer dúvida de que o irmão conseguisse abrir a passagem.

Porém, seu coração batia acelerado por novamente, após tantos anos, estar naquele lugar sagrado onde havia desejado nunca ter saído. E, ao mesmo tempo que ansiava por estar lá, sentia aflição. Afinal, depois de tudo que se tornara, teria coragem de pedir á Santa Deusa aquilo que desejava?

Quando sentiu que conseguira reunir todo seu chackra, Gaara ergueu os braços para o céu e juntou as mãos como se fosse fazer uma prece. E assim abaixou os braços lentamente, usando uma força invisível.

E então, diante de todos, algo começou a surgir. Nas areias do deserto a Floresta Proibida passou a tomar forma quase como se fosse mágica ou a  materialização de um sonho. E aquele paraíso verdejante de gigantescas árvores começaram a dominar as areias e logo lá estava a Floresta Proibida, tão real quanto todas ase outras coisas.

Todos arregalaram os olhos, surpresos demais para fazer qualquer outra coisa. Aquilo não poderia ser real, mas era. A floresta emergia silenciosamente do deserto como um passe de mágica, estendendo-se até onde a vista era capaz de alcançar.

Kakashi sabia que nenhum jutsu era capaz de fazer aquilo e a Floresta ocultava-se no deserto com uma espécie de barreira, certamente não desenvolvida com técnicas shinobis. Aquilo era uma espécie de poder diferente, mais antigo e poderoso.

- ...é um paraíso.

Ino tinha razão e Shikamaru assentiu boquiaberto. Realmente, não poderia usar da racionalidade para explicar aquilo. Notou então que Temari observava a Floresta com um brilho extasiado nos olhos, algo que nunca vira antes. Temari parecia realmente feliz, como se estivesse diante daquilo que realmente lhe importava.

- Gaara-sama!

A exclamação de Ino fez todos saírem do transe gerado por aquela imagem e observassem o kazekage. Logo após revelar a passagem, ele caiu de joelhos na areia e agora tombava sobre a mesma, incapaz de sequer ter forças para se manter de pé. Rapidamente Temari adiantou-se para ampará-lo, seguida por Ino.

- Gaara, fale comigo!

- ...ele está praticamente sem chackra! – balbuciou Ino o verificando com suas habilidades médicas. – É como se todo o chackra dele tenha sido sugado de uma vez!

Aquilo pareceu fazer Temari lembrar-se de algo importante.

- Isso já era de es esperar. – falou. – Dias atrás Gaara foi treinado pelos sacerdotes para invocar a passagem para a Floresta Proibida usando seu próprio chackra. Ele ficou muito cansado no treinamento então é natural que fiquei exausto para abrir a passagem. Poucos são aqueles capazes de fazer isso.

Ino ouviu suas palavras mas ainda mantinha os olhos fixos no kazekage. Só abrir a passagem já esgotara o chackra de uma das pessoas mais poderosas que conhecera...por alguma razão, Ino sentiu um arrepio desconfortável ao saber que teria de entrar naquela Floresta.

- Shikamaru, pode me ajudar a colocar Gaara encima do dromedário? – indagou Temari. – Ele não conseguirá andar agora.

O rapaz assentiu e tão, logo ajeitara Gaara, Ini arriscou perguntar.

- Ele ficará bem?

Temari a encarou e, percebendo que a outra estava realmente preocupada, decidiu ser sincera e tranquilizá-la.

- Quadno ele entrar na Floresta, começará a sentir melhor e recuperar as forças. E o mesmo acontecerá conosco. Vamos, a passagem não ficará visível por muito tempo.

Quando todos já estavam para adentrar na Floresta, a voz de Sakura os deteve.

- Esperem. Antes, eu preciso lhes dizer uma coisa. Eu...eu gostaria de agradecer á vocês por tudo que estão fazendo por mim. Se não fosse por vocês eu...eu sei que já estaria morta á muito tempo.

- Não precisa nos agradecer. – respondeu Temari. – Estamos fazendo isso porque é a nossa missão e nosso dever.

 Sakura baixou os olhos, constrangida.

“ Que prepotência a minha acreditar que eles arriscaram a vida para me salvar. Eles arriscaram-se para deter Astarte...”

Sentiu os braços de Kakashi lhe contornarem a cintura fingindo segurar as rédeas do dromedário.

- Eu estou aqui única e exclusivamente por você, Sakura. – sussurrou.

Sakura sorriu discretamente, inclinando a cabeça sob o peito do shinobi em demonstração de agradecimento enquanto seus olhos verdes fitavam a floresta verdejante. Que lugar era aquele, afinal? O que haveria ali e como isso poderia lhe dar as respostas que buscava? Em um ímpeto, sentiu vontade de ir embora, de voltar para Konoha e continuar sendo uma kunoichi comum. Se retrocedesse agora, toda aquela tragédia poderia ser esquecida, ela continuaria trabalhando como médica, encontrando seus amigos e sonhando com Sasuke.

Não...aquilo ficou para trás. Se voltasse para Konoha, teria Kakashi ao seu lado. Era ele que desejava ter. Se voltasse para Konoha, não imaginava como seria a relação com ele, mas tinha a certeza de que não sofreria por amor á Kakashi. Ele não permitiria que sofresse.

“ Você poderá voltar á Konoha e tudo ficará bem. Deve decidir enquanto ainda está em Karnak. Mas, quando entrar na Floresta Proibida, não poderá mais retroceder.
Eu estou lhe dando a chance de escolher, Sakura Haruno. Seu futuro ou seu destino.”

Aquela voz que ecoava em sua mente lhe era familiar...a mesma voz doce e melodiosa que ouvira em seus sonhos e que a despertara após a batalha contra Astarte.

“ Eu quero te conhecer.”

Foi com essa certeza que Sakura endireitou o corpo, tomou as rédeas do dromedário e guiou todos os seus companheiros para o interior da Floresta Proibida.

~*~

O silêncio e a beleza daquele lugar certamente possuía propriedades mágicas. Os seis shinobis haviam descido de seus animais e caminhavam devagar pela trilha graciosamente iluminada pelos últimos raios de sol do dia.

Pétalas e folhas desprendiam-se constantemente das árvores e flutuavam alguns segundos antes de pousarem no chão úmido. Nenhum deles ousava dizer qualquer coisa pois aquele silêncio era reconfortante.

Gaara sentiu que, á medida em que caminhava naquele lugar, suas energias eram curiosamente repostas. O cansaço sumia á cada passo e seu corpo quase parecia estar purificado. Ino, porém, olhava constantemente ao redor. Havia ali uma diversidade de vegetação anormal. Como filha de floristas renomados, Ino gabava-se de conhecer uma vasta quantidade de plantas mas o que via ali eram flores desconhecidas, algumas até consideradas extintas.

“ Este lugar quase parece estar perdido no tempo...”

Shikamaru aspirou o ar puro, concluindo que era a primeira vez desde o início daquela viajem, que sentia-se relaxado. O cansaço da batalha da noite passada e a caminhada de hoje pareciam nunca ter existido e ele, curiosamente, estava de bom humor. Porém, ele era esperto o bastante para saber que não deveria abaixar a guarda. Aquilo era um território desconhecido e pelo simples fato de ter surgido do meio do deserto como mágica, desafiando todas as leis básicas e óbvias da Geografia, era razão mais do que suficiente para manter a cautela.

Absorto em suas análises, Shikamaru não percebeu que Temari – á sua frente e guiando os demais – sorris discretamente. Sim, sua prece fora atendida e ela finalmente voltara ao lugar em que passara os melhores anos de sua vida. Mal podia esperar para adentrar no templo branco, na Palácio da Senhora, na casa das sacerdotisas...será que conseguiria reconhecer alguém?

“ Eu sou uma guerreira de Suna, não deveria estar relembrando e ansiando pelo passado.”

Essa sua convicção era verdade. Mas, mesmo que Suna fosse seu lar, Temari sentia que agora finalmente chegara em casa. E tudo continuava igual: aquela trilha não haviam mudado desde que partira dali quando criança.

“ Este lugar não me agrada.”

Kakashi gostaria de poder falar aquilo em voz alta mas se conteve. Talvez, essa sensação perturbadora fosse apenas neurose de sua parte. Uma sensação provocada pelo sistema shinobi: não confiar quando o ambiente se mostra confiável. Aquela floresta era tão bela e perfeita que só podia esconder alguma coisa.

Por quanto tempo teriam de caminhar? Não que estivesse cansado, mas já estava mais do que na hora de tudo se esclarecer.

“ Você tem o sangue Dela.”

Discretamente, Kakashi ergueu o hitaiate pois prevenir nunca era demais.

Porém, quando chegaram á uma pequena clareira com uma espécie de fonte no centro, todos pararam. Ali estava um homem idoso. Era pequeno, vestia-se de branco e possuía um rosto amável.

- Oh, estava esperando por vocês.

Assim que o viu, Temari adiantou-se alguns passos e curvou-se em respeito para o homem, que era bem menor do que ela.

- Kalui-sama. É um prazer e uma honra poder reencontrá-lo.

- ...perdoe-me, minha jovem. – o senhor pareceu levemente constrangido. – Mas já não sou jovem e não me recordo de seu rosto.

- ...sou Sabaku no Temari.

Ao ouvir o nome, os olhos castanhos do homem brilharam em um sorriso.

- Menina Temari?! Deuses, você se tornou uma linda mulher! A Senhora ficará radiante ao vê-la!

Aquele comentário pareceu encorajar Temari, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Kalui já estava cumprimentando e se apresentando os demais.

- Muito prazer, eu sou Kalui. Sumo-sacerdote da Floresta Proibida. – falou, apertando a mão de Shikamaru. – O Senhor parece ser um rapaz muito inteligente, certamente gostará de nossa biblioteca!

 Mal terminou de cumprimentá-lo, Kalui curvou-se respeitosamente diante de Gaara.


- Seja bem-vindo, kazekage-sama. Seu poder para abrir a passagem até nós é notável. Peço que o senhor e sua bela esposa sintam-se á vontade aqui. Com todo o respeito senhor, tens uma bela família com essa jovem.

Ino percebeu que o velho se referia á ela e, envergonhada, tratou de explicar que não possuía vínculos com o kazekage mas antes que falasse, Kalui já estava cumprimentando Kakashi.

Por uma fração de segundos, Kakashi notou uma mudança na fisionomia do velho homem quando este segurou a mão para cumprimentá-lo, mas logo ele já sorria de forma amável.

- É um prazer conhece-lo, Hatake Kakashi. Eu ouvi falar muito de você.

- ...como teve conhecimento de mim?

Pela segunda vez, Kakashi percebeu uma sutil mudança na reação do homem mas ele logo tornou a sorrir.

- Bom...o senhor é um ninja famoso. E os moradores da Floresta Proibida, embora vivam em um lugar afastado, possuem conhecimento sobre muitas coisas.

- ...entendo.

Quando Kalui parou diante de Sakura, fez uma mesura e, ao encará-la nos olhos, falou de forma amável e enigmática.

- Seja bem-vinda ao lugar em que reside o seu destino.

- Sim.

~*~

Após apresentar-se, Kalui guiou os visitantes por uma trilha maior e toda pavimentada com pedras. Os animais de carga foram elevados para um estábulo e as bagagens de cada um foram postas no lugar em teriam quartos reservados para cada um.

Á medida que se aproximavam do centro da floresta, mais pessoas surgiam. Não eram muitas mas eram bonitas e possuíam idades variadas. Todos usavam trajes de linho com cores sóbrias e cumprimentavam os recém-chegados discretamente e com simpatia.

Shikamaru olhava disfarçadamente tudo á sua volta mantendo as mãos nos bolsos. Em outras circunstâncias estaria crente de que aquele lugar não era confiável. Entretanto, percebia que Temari caminhava naturalmente, sem ostentar qualquer preocupação ou cautela. Ele conhecia a kunoichi bem o suficiente para saber que Temari não abandonaria sua cautela de shinobi por nada e ao fazer isso agora era uma prova de que aquele lugar não tinha perigo. Mas, mesmo assim...

“ Eu já fui uma sacerdotisa da Floresta Proibida e servi diretamente á Santa Deusa.”

Temari, uma sacerdotisa. Era difícil até de imaginá-la com aqueles trajes finos e esvoaçantes. S ela colocasse uma daquelas roupas com o corpo que tinha agora, tudo ficaria saliente...

“ Mendukouse! Não é hora nem lugar para ficar pensando nisso! Pare de olhar para a bunda dela, homem!”

Ao chegarem em uma espécie de clareira, todos se depararam com um conjunto de belas residências medianas, brancas e muito bonitas, erguidas em estilo romano, quase parecendo uma pequena vila. Mais á frente podiam ver uma construção bem maior, que parecia um templo. Kalui parou e virou-se para os visitantes.

- Acredito que gostariam de descansar, pois sei que estão cansados de tudo que aconteceu. Porém, a Santa Deusa deseja vê-los o mais breve possível. Se importariam de encontra-la antes de descansarem?

- De modo algum. Iremos vê-la.

A convicção na voz de Sakura surpreendeu á todos. Ela, a que mais deveria estar confusa com tudo ostentava uma fisionomia forte e decidida.

- Sakura, tem certeza?

- Sim, Kakashi-sensei. – respondeu o encarando com seus olhos verdes. – Eu preciso entender tudo isso o quanto antes.

- Eu compreendo mas é que...

Não terminou a frase e simplesmente retomou a caminhada junto com os outros. Quando chegaram diante do templo, nenhum deles conseguiu conter uma exclamação de surpresa perante o monumento. Embora fosse muito menor do que o Templo de Karnak, era mais belo e ornamentado com pedras de jade, ametista, ágatha acabamento de ouro.

Ino, Shikamaru e Kakashi trocaram olhares mas nada disseram. Por todas as paredes haviam símbolos grafados em uma escrita simbólica antiga, semelhante as que existia no templo de Karnak e, quando adentraram, a imensidão e beleza pareciam hipnotizar. Curiosamente, não havia qualquer estátua ou artefato, apenas o piso lustrado, paredes lisas, grossas pilastras de sustentação e um testa abobadado. Entre as paredes laterais havia ainda um ou outro vitral e o menor ruído ecoava por toda parte.

Ao final do templo havia um grande altar iluminado pela luz do sol proveniente do teto sutilmente ocultado por um véu de seda.

“ Finalmente conhecerei a Santa Deusa. Fico me perguntando o que ela realmente é e o que quer. Se ela possui alguma ligação com o fato de Sakura manter a alma de Astarte, exigirei saber as razões.”

Kakashi olhou disfarçadamente para Sakura mas ela mantinha o semblante decidido. De onde surgira aquela súbita confiança? O correto era ela estar apreensiva não o contrário.

“ Finalmente tornarei a vê-la, Senhora. Quero lhe perguntar porque deixou que eu fosse embora. Por que não me manteve aqui? E...”

Temari fechou os punhos. Seria certo fazer tal pedido mesmo tendo as mãos machadas de sangue?

“ O que há com ela? Temari está estranha desde que chegamos. Ela foi sacerdotisa no passado e pelo que me disse, se lhe fosse possível, jamais teria saído daqui. Droga, eu não estou gostando das conclusões a que chego acerca disso.”

Shikamaru conteve um suspiro e procurou desviar a atenção para Ino e Gaara. Havia acontecido algo entre aqueles dois e pelo visto não estavam muito bem.

“ Definitivamente eu não deveria estar aqui. Essa missão não me diz respeito e só está me trazendo desilusões. Eu sei que deveria estar me preocupando com Sakura mas não consigo parar de pensar no que minha impulsividade fez...não deveria ter me deixado levar pelo kazekage...”

Ino mordeu o lábio inferior, olhando para Gaara. Era só o que faltava...seu pior medo era acabar se apaixonando de verdade por alguém que fosse justamente ele!

“ Tenho prioridades e deveres nesse lugar. Vim aqui em missão importante e meus pensamentos devem focar nisso mas...por que não páro de pensar nela? O que está havendo comigo?”

Gaara agradecia pela habilidade que tinha de ocultar todas suas emoções em um semblante passivo. Não poderia deixar que trivialidades o tirassem do foco.

“ Eu estou aqui. Vim como me ordenou, tenho consciência do poder de Astarte que trago dentro de mim. Quero respostas e estou preparada para elas.”

Sakura respirou profundamente. Finalmente conheceria aquela que a livraria do tormento.

~*~




FanFics Naruto - Caos no Velório - parte 3


 ~*~

Sentados em um banco do jardim, estão Oorochimaru e Kabuto. Cruzavam e descruzavam as pernas constantemente, em clara demonstração de impaciência.

- Que horas são?

- Treze e vinte, Oorochimaru-sama.

- Droga! Já era para começar essa porcaria de velório, vamos acabar nos atrasando para os outros compromissos!

- O senhor poderia ir dar alguma palavra de consolo para a viúva e convencê-la a apressar o velório.
Oorochimaru observou a senhora Uchiha sendo consolada de uma forma "estranha" por Genma.

- Alguém já a esta consolando.

- Ora... - Kabuto piscou. - Tenho certeza de que ela lhe dará atenção se o senhor usar sua lingua nela. - Oorochimaru o encarou. - Não é "essa" língua, estou me referindo á lábia!

Silêncio. Kabuto decidiu, por fim.

- Já que teremos de esperar, vou pegar um pouco de amendoins para comer.

Mal ele se afastou, Tsunade se aproximou, sentou no banco, tirou os sapatos de salto e estendeu os pés na grama com um gemido de alívio.

- Ai, esses sapatos estão me matando...não pensei que você apareceria no velório do Fugaku. Vocês nunca se deram bem.

- Vim á trabalho. A viúva me convenceu depois de congestionar minha secretária eletrônica e minha conta de e-mail , para presidir o funeral do marido.

- Exploração dos lendários sannins...essa deve ser uma técnica da senhor Uchiha. Eu sou obrigada a ser a médica particular dela para compensar uma dívida de jogo!

- Era para o velório já ter começado! - resmungou Oorochimaru. - Tenho mais compromissos e não posso me atrasar!

- O velório só pode começar quando todos tiveram aqui, é uma exigência da viúva. E o Jiraya ainda não chegou.

Oorochimaru revirou os olhos. Jiraya sempre tinha o dom de complicar e atrasar as coisas, era assim desde que eram gennins.

- Estou com sede. - falou Tsunade. - Vamos procurar alguma coisa alcoólica para beber?

Oorochimaru deu de ombros, aceitando. Assim que se levantaram, foram abordados por Shino Aburame, que ostentava um semblante preocupado.

-Tsunade-sama, que bom encontrá-la! Gostaria de pedir que examinasse algo para mim. - ele arregaçou a manga do blusão e estendeu o braço, que estava repleto de manchas vermelhas. - Há uma semana estas manchas subitamente começsram a aparecer em minha pele e já se espalharam por todo o meu corpo. Elas coçam, ardem e incomodam e ninguém soube me dizer o que era. Poderia me dizer? Estou proeucpado.

Tsunade emburrou. Até em um velório tinha gente a aporrinhando com suas doenças só porque ela era médica. Olhou rapidamente para as tais manchas e falou, com normalidade.

- Isso é alergia provocada por algum tipo de inseto que andou por sua pele. Vamos, Oorochi. Preciso de uma dose de saquê.

Enquanto eles se afastavam, Shino mantinha-se estático, tomado pelo espanto.

- Insetos? Eu sou alérgico á...insetos?!

~*~
Quando Sasuke surgiu no corredor do segundo andar com passos duros, Itachi estava terminando de pingar colírio em seus olhos.

- O que aconteceu? Você parece agitado.

- Acredita que a Kurenai está aqui? Ela veio me falando um monte de absurdos! Aquela mulher quer provar que tem sangue Uchiha só pra conseguir privilégios!

Itachi não retrucou. Era melhor que ninguém soubesse - muito menos o tal Asuma - que Kurenai uma vez invadira seu camarim após um show e...bom, certas coisas era melhor permanecerem ocultas. Melhor Kurenai querer provar que era filha de Fugaku (mesmo que não fosse) do que extorquir dinheiro e fama dele por uma consequência impensada "daquela" vez...

- Nii-san, preciso falar mais uma coisa. - Sasuke começou. - Todos os preparativos do velório foram feitos com as minhas despesas, então depois você tem que me cobrir metade dos gastos.

- ...mas eu depositei uma quantia considerável em sua conta após o falecimento do papai para ajudar nas despesas funerárias.

- Sim. mas a mamãe veio com a idéia de que era preciso fazer um funeral á altura do clã Uchiha e...você sabe que quand0o a mamãe coloca uma idéia na cabeça, não há nada que a faça mudar de idéia!
Itachi concordou com um manejo da cabeça.

- Certo. Mas eu não tenho dinheiro agora, pagarei depois.

- Não tem dinheiro? Você é o vocalista da banda Akatsuki, essa semana deu uma entrevista no programa da Ophrey e vai entrar em turnê! Como assim vem dizer na cara de pau que "não tenho dinheiro" ?!

- As coisas não são fáceis como pensa! Você não imagina a burocracia que o Kakuzu e o Madara inventam para liberarem a grana!

- Está bem, resolvemos isso depois! Pelo menos me ajude com o dinheiro para pagar a banda.

- ...que banda?

- Mamãe quis que tivesse alguém para tocar a marcha fúnebre eu na última hora tive de ligar para um grupo que vi tocando quando fui em um restaurante outro dia com a Sakura.

Itachi balançou a cabeça, incrédulo enquanto Sasuke continuou.

- A banda aceitou porque eles estão precisando de dinheiro. Mas eu aproveitei porque vi que eles tem potencial e depois que isso acabar, vou fazer a proposta, se eles querem tocar na banda que pretendo formar.

Itachi encarou o irmão e Sasuke surtou.

- Que foi?! Eu pretendo montar uma banda de rock! Sei cantar muito bem e já compus algumas músicas, tá? Não pense que só você é capaz de ter um banda! Eu posso tanto quanto você!

- ...eu não disse nada.

- Mas eu aposto que pensou! Todos acham que "Itachi é o melhor", que "Itachi fez isso" e ninguém acredita que eu também...

- Itachi-san, finalmente o encontramos!

Sasuke foi obrigado a se interromper quando Neji e Hinata se aproximaram de Itachi, praticamente empurrando seu irmão mais novo para o lado.

- Quero dizer, em nome de todo o clã Hyuuga. - começou Neji polidamente. - Que sentimos muito pela partida de Fugaku Uchiha. Este é um momento difícil mas sei que conseguirá superá-lo. - colocou a mão em seu ombro. - Não deixe que esta fatalidade interrompa a estréia da turnê da banda Akatsuki. Seu pai não desejaria que você adiasse os shows por causa dele.

Itachi pensou em dizer que na verdade seu pai odiava o fato de ele ter abandonado uma promissora carreira de shinobi para seguir carreira artística e que gostaria que o filho se ferrasse com aquela banda esquisista, mas optou por ficar calado. Não havia necessidade de que pessoas de fora soubessem que seu pai havia entrado na justiça para deserdá-lo depois que Itachi criticou publicamente a capacidade "fenomenal" do clã Uchiha em incitar maracutaias e desordens.

- Hinata, você disse que gostaria de pedir ao Itachi uma coisa. - falou Neji virando-se para prima. - Diga á ela.

Silêncio. Hinata sentiu o corpo gelar, a timidez aflorando com velocidade. Seu rosto ficou igual á um tomate maduro e ela tentou esconder-se atrás de Neji.

- Hinata, não haja assim... - falou o rapaz como se falasse com uma criança pequena. - Desculpe, Itachi. Mas minha prima sofre de um acesso agudo de timidez diante de pessoas que admira...em alguns casos ela desmaia, em outros ela tem ataques de riso, em outros vomita...bom, eu vou dizer o que ela queria te pedir. Hinata é sua fã e ela gostaria de tirar algumas fotos contigo. Espero que não tenha problema.

- ...de modo algum.

Hinata sorriu, entregou a cãmera digital que trazia na bolsa e alegremente se aproximou de Itachi, o abraçando empolgada.

- Isso, perfeito! - Neji ajustou o foco da lente. Ok, agora se abracem e...ei, Sasuke! Será que daria para você se afastar? Está estragando a atmosfera da foto.

Aquilo já era demais. Controlando sua raiva e frustação, Sasuke saiu dali emburrrado e a murmurar palavras ilegíveis.

~*~

- Vamos, mais depressa! DEPRESSA!

Após atravessarem todo um descampado e subir um grande morro debaixo de um forte sol, Naruto finalmente conseguiu chegar á residência Uchiha empurrando a cadeira de rodas na qual Jiraya estava sentado.

- Eu nunca vi alguém tão mole quanto você, Naruto! - reclamou Jiraya fechando o guarda-chuva qye usara para se proteger do sol. - Francamente, você não consegue fazer nada direito! Primeiro, estaciona lá pnde o ninja perdeu o hitaiate, depois vem nessa lerdeza para chegar até aqui! Se outra pessoa tivesse ido me buscar, de preferência uma mulher bonita, eu não teria passado por isso!

Naruto não retrucou. Também, como poderia? Depois que Ino roubaram descaradamente sua vaga, ele só conseguiu estacionar seu fusca laranja á quase um quilômetro de distância, Isso porque parecia que Konoha inteira viera para o velório. Depois de quase destroncar a coluna para conseguir levantar Jiraya e colocá-lo na cadeira de rodas (precisou da ajuda de dois kage bunshin para isso), teve de empurrá-lo por uma subida íngreme totalmente disforme debaixo de um sol escaldante e praticamente morrendo de fome e sede.

Mal conseguia respirar e a única coisa que Jiraya fazia era reclamar! Definitivamente, as pessoas deveriam valorizá-lo mais, dattebayo.

Assim que chegou aos tropeços na entrada da residência, encontrou Shikamaru encostado na parede, observando as pessoas com o intuito de encontrar quem procurava.

- ...Shi...ka...ma...ru..

- Oe, Naruto. Você demorou.

- Demorou porque ele é um incompetente! - gritou Jiraya antes que o loiro abrisse a boca. - Diga á ele o que você me fez ter de passar!

No momento que Shikamaru colocou as mãos na cadeira de rodas e Naruto sentou no chão para recuperar o fôlego, Sakura surgiu, furiosa.

- Até que enfim! Naruto, eu falei para você buscar o Jiraya mas não era para chegar tarde! Todos estão impacientes! Isso não é um casamento que você está incumbido de trazer a noiva, isso é um funeral!
Shikamaru, obrigada por ter empurrado a cadeira do Jiraya, eu o levo agora.

- ...não foi nada.

- Oi, Sakura. Como vai você? Já colocou silicone nesses peitinhos ou esse volume é sutiã de bojo?

- Cala a boca, Jiraya! Naruto! Depois quero conversar sobre essa sua falta de pontualidade!

- Sakura, você viu a Temari por aí?

- Ela está no jardim.

Enquanto Shikamaru se dirigia para o jardim e Sakura levava Jiraya para dentro, Naruto foi deixado ali, estirado e exausto.

~*~

Sabaku no Kankurou estava metido em uma encrenca. E das grandes. Muito grande. Lá estava seu irmão caçula no jardim completamente drogado e começando a dar vexame devido aos alucinógenos fabricados por ele e que o irmão tomara por engano. Se Temari não tivesse pego os comprimidos achando que eram calmantes, Gaara não estaria naquele estado!

O que faria agora? Não podia dizer a Temari que Gaara estava daquele jeito porque tomara os alucinógenos. Se alguém descobrisse que ele, Kankurou - O Mestre das Marionetes, fabricava alucinógenos em vez de venenos, seria um escândalo em Suna . E se o seu pai soubesse...não queria nem imaginar. Isso sem falar que Temari surtaria se contasse que Gaara estava chapado. O mais prudente era ficar de boca fechada e fingir quer o estado de Gaara não tinha qualquer conexão com sua pessoa.

- Ae, Kankurou finaslmente te achei! Cadê o barato?

Ele virou-se abruptamente pars Kiba, que estava acompanhado por Akamaru.

- Fala baixo! Esqueceu que o barato é ilegal?

- Relaxa, eu sei. - estende a mão. - Vai, passa.

Disfarçadamente, Kankurou lhe entregou o pote de comprimidos enquanto Kiba lhe entregou uma nota de dinheiro.

- Cara, que criativo! Você colocou o barato dentro de um pote de NARUM, disfarçou bem, mano!Vou fazer um teste já! - Kiba tirou um comprimido do pote e agachou no chão. - Tó, come isso, Akamaru.
- Tem certeza que pode dar alucinógenos ao seu cão?

- O Akamaru está acostumado. Ele reage rápido aos efeitos e eu consigo saber antes de experimentar!
- ...ou seja, seu cão é uma cobaia de entorpecentes...

O cachorro engoliu um comprimido e os dois shinobis aguardaram em silêncio, olhos fixos no animal. Não demorou para que Akamaru endireitasse o corpo e suas pupilas dilatassem. O cachorro soltou um uivo baixo e comçeou a olhar em todas as direções, arfando e balançando freneticamente a cauda. Então, Akamaru começou a saltitar nas patas traseiras, primeiro em círculos, depois para frente e para trás.

Kankurou percebeu então que Akamaru e Gaara - metros á frente. - repetiam os mesmos movimentos. E ele percebeu que, realmente, teria de contar a verdade ao irmão.

- Cara, esse negócio deve ser uma viajem do carralho! - Kiba riu.

- Seguinte. - falou Kankurou. - Guarde bem esse pote, não deixe que ninguém, eu disse NINGUÉM, tenha conhecimento dele! Eu volto já.

Assim que ele se afastou, Kiba guardou o pote no bolso do terno. Porém, como estava observando as reações de seu cachorro, não guardou o pote direito e este acabou caindo no gramado.

~*~

Após deixar Jiraya em um ponto qualquer da casa, Sakura tornou a observar se tudo ocorria nos conformes. Após garantir que havia amendoins suficientes para todos, ela levou o restante para o quartinho da despensa ao final da cozinha.

Definitivamente, aquilo tudo era um absurdo. Ninguém tinha qualquer consideração por Fugaku Uchiha, nem mesmo sua esposa ou filhos, e aquele velório mais parecia uma festa. Desde quando precisava ficar servindo suco e amendoins? Pior era que sua futura sogra fingia afogar as mágoas nos braços de Genma, seu namorado Sasuke tinha crises existenciais e o cunhado Itachi ficava tirando fotos com fãs!

- Que família mais problemática eu fui escolher para tentar arranjar minha vida....bom, na época, era isso ou viver com o Naruto naquele apartamento imundo. E essa opção é eternamente fora de questão! Ai, talvez eu devesse tentar...Kakashi-sensei?!

Sakura levou a mão ao peito deivdo o susto. Kakashi a estava encarando com o sharingan visível e expressão séria, igual á quando ele decidia lutar. E isso fez a garota perceber que estava em um beco sem saída.

Sem tirar os olhos da jovem, Kakashi fechou a porta da despensa e Sakura soube que estava vulnerável com um homem másculo dentro do quartinho da despensa da casa da famíloia do seu namorado durante um velório. E aquilo era tão exci...

- Kakashi, pelo amor dos kages! Me deixa em paz!

- Não até esclarescemos todas as pendências.

- Já esclarescemos! Aquela noite eu tinha brigado com o Sasuke e foi uma inconsequência! Eu sou uma moça direita, não uma adúltera!

- ...eu nunca disse que você era. Só quero que entenda de quem você realmente gosta.

- Sensei! - ela levou as mãos á cabeça. - Eu amo o Sasuke! Sempre amei e você sabe disso!

- O que sente por ele é ilusão, Sakura! Não negue que é á mim que você deseja!

- Não, não, não! Kakashi, isso não é certo! Você é bem mais velho do que eu!

- Eu valho por três jovens!

- ...você foi meu sensei!

- Eu posso te dar aulas particulares de coisas que você nem sabe que existe!

Quando ele avançou, Sakura desviou.

- Sakura! Você não pode fugir da verdade! Desde aquela noite no celeiro atrás do bar do Ichiraku nosso destino foi traçado e nossos sentimentos comprovados!

- Kakashi-sensei! - Sakura fechou os olhos com raiva, balançando a cabea. - Aquela noite no celeiro atrás do bar do Ichiraku eu estava tão bêbada que poderia ter transado com um jumento!

Silêncio. Kakashi a encarou, incrédulo.

- ...está errada. - falou o copy ninja sombriamente. - Vou te mostrar a verdade agora te dando o que você está precisando!

Ninguém pode dizer que Sakura não relutou. Ela mesma acreditou que havia lutado contra isso com todas as suas forças. Mas Kakashi sabia tocá-la de um jeito que mais ninguém era capaz, nem mesmo seu nam,orado. E quando ele a colocou sentada na bancada depois de jogar os amendoins no chão e abaixou a máscara, Sakura só conseguiu murmurar, os olhos a brilharem:

- Oh, meu sensei!

~*~

Quando Kabuto voltou ao jardim com uma porção de amendoins na tigela, constatou que Oorochimaru não estava mais no local em que o havia deixado. Maravilha. Oorochimaru era igual criança: bastava tirar os olhosp or um instante que desaparecia. Isso acontecera uma vez no supermercado quando fora buscar feijão e ao voltar no corredor onde Oorochimaru tinha ficado para escolher biscoitos, ele desaparecera e precisara anunciá-lo na recepção do local.

Bom,já que estava sozinho ali, iria colocar em prática um de seus maiores passatempos: alimentar intrigas e baixa estima nos outros. Ajeitou os óculos e aproximou-se de de sua primeira vítima.

- Olá, TenTen! Eu não esperava te encontrar por aqui! - a garota ia responder. - Sabe como é, você não é muito popular, é pouco participativa mas fique tranquila! Isso não é sua culpa. Ninguém pode culpar o fato de você ser uma kunoichi que mal é lembrada, isso é consequência de um mundo shinobi vrepleto de kunoichis mais bem suscedidas do que você.

- ...eu não...

- Você pode até ter alguma habilidade de combate, mas quando perdeu vergonhosamente para a Temari no exame chunnin, perdeu também qualquer chance de futuros destaques. Isso sem falar que sua estética de Chun Li não possui originalidade. Quando entramos na fase Shippuden você poderia tentar, mas mal mudou sua estética! Enquanto Ino e Hinata se deram um belo trato, você nem ao menos desfez o penteado, amiga! E ficar puxando saco do Neji ou dando broncas no Lee não adianta em nada para sua carreira, só a deixa mais terciária.

- ...eu...

- O caso é que você não pode exigir qualquer mudança porque os produtores não lembram de você. Nem nos capítulos fillers você tem voz ativa! Mas não se deprima... - deu tapinhas amigáveis em suas costas. - O lado positivo de ser uma personagem terciária é que poucas pessoas te criticam pois raramente se lembram de você. Preciso ir agora, a gente se vê por aí. Tchau-tchau!!

Calada e silenciosamenrte, Tenten se afastou cabisbaixa enquanto Kabuto ajeitava os óculos e com um sorriso aproximou-se de sua próxima vítima.

- Oi, Anko! Quanto tempo! Como tem passado estes anos depois de ser descartada pelo Oorochimaru?

~*~

Sasuke cmainhou pela casa com o intuito de se acalmar. Ninguém lhe dava valor, não ipmortava o que fizesse. Era só Itachi, Itachi, Itachi...o que seu irmão tinha que ele não tinha? O que Itachi fazia que ele não fazia? O que seu irmão tinha de mais? Só porque Itachi era mais fodão, bonito, habilidoso, inteligente, charmoso, poderoso, simpático? Isso não significava nada!

Enquanto parava por um momento para ajeitar a gravata, ouviu um grupo de convidados conversarem.

- Ei, é verdade que não será o Itachi quem fará o discurso em meória do Fugaku? - indagou Shizune.

- É, parece que o Sasuke fará isso. - explicou Neji. - Foi o próprio Itachi quem falou.

- O Itachi deveria fazer o duscurso, ele escreve tão bem... - Shizune estava decepcionada. - As músicas que ele compõem são tá belas...e no blog ele tem artigos excelentes.

- Verdade. - concordou Hinata. - Se ele fizesse o discurso, certamente emocionaria á todos!

- Verdade. - agora era Iruka quem falava. - Mas talvez o Sasuke consiga fazer algo decente, pelo menos.

Aquilo já era demais. Sasuke usou toda a sua força interior para não sacar a espada e mandar um Chidori contra aqueles palpiteiros, tratando de ir para bem longe dali. Onde diabos estava Sakura quando precisava de alguém para descarregar suas frustações? Uma mão tocou seu ombro e, quando se virou avistou...desde quando seu pai tinha qualquer vínculo com Maito Gai?

- Sasuke. - começou ele. - Gostaria muito de falar com você seu irmã acerca de um assunto importante.

- Ah, me deixa em paz! Não tô com paciência para porra nenhuma agora!

Atravessou a residência feito um tigre enfurecido e só parou ao notar que Sai vestia uma camisa da banda Akatsuki e que alguns parentes haviam - sem pedir permissão, evidentemente - ligado a tv e colocado um dvd de show.

- Banda Akatsuki!!! - anunciou a voz no dvd. - Na percurssão, a habilidade de...SASORI!! No baixo o grande...KISAME!! No teclado e vocal a bela...KONAN! Na guitarra, os fenomenais...DEIDARA e HIDAN!! Na bateria o magnífico...PEIN!!! E a voz e o talento incomparável de ...ITACHI UCHIHA!!!!!!!!

A vasta platéia do estádio vai ao delírio enquanto Sasuke - com o ódio saltando de seu sharingan - decide sair daquele antro de fas obcecados do seu irmão. Maldito Itachi, desgraçado e lazarento! Sempre ele!

~*~

No jardim, Naruto caminhava á passos lentos. Além de cansado, estava com fome e ninguém lhe dava valor. Nunca vira um velório tão estranho, estava até que bem animado. Olhou para uma mesinha onde estavam os três lendários sannins. Curiosamente, Naruto constatou que eles pareciam levemente embriagados.

- Ah, vai Oorochi! Duvido que você consegue fazer isso!

- Já disse que consigo, Jiraya.

- Eu aposto que você não é capaz de lamber os próprios olhos! - exclamou Tsunade.

- Também aposto! - apoiou Jiraya. - Isso é impossível!

- Apostado. Prestem atenção, vou mostrar!

Oorochimaru colocou a lingua de cobra para fora da boca e sem dificuldade conseguiu passá-la pelos próprios olhos como se fosse um lagarto. Jiraya e Tsunade ficaram surpresos e então os três caíram na gargalhada.

Naruto balançou a cabeça e continuou caminhando e comendo uma tigela de amendoins quando avistou algo no gramado.

- Um potinho cheio de NARUM? Legal, já é meu, dattebayo.

Colocou o frasco no bolso e continuou andando.

~*~


continua...



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